Uma equipe internacional de especialistas liderada por Ivana Kolmasova, pesquisadora sênior do Instituto de Física Atmosférica da Academia Tcheca de Ciências em Praga e a principal autora do estudo, utilizou dados da sonda Juno para reconstrução do processo como ocorrem as primeiras etapas de surgimento das descargas elétricas atmosféricas nas nuvens de Júpiter.
De acordo com o estudo, recentemente publicado na revista Nature Communications, pesquisadores analisaram as propriedades das ondas de rádio produzidas por relâmpagos. A sua estrutura espaço-temporal e propriedades físicas, que os cientistas chamam de "assobio" de relâmpago, refletem diretamente a composição das descargas e como elas são formadas, escreve Space.com.
Ilustração artística de distribuição de raios no hemisfério norte de Júpiter que incorpora uma foto do instrumento JunoCam montado na sonda Juno da NASA com enfeites artísticos
© Foto / NASA/JPL-Caltech/SwRI/JunoCam
Descobriu-se que os raios em Júpiter se originam de forma muito semelhante aos da Terra: com o acúmulo de uma diferença de carga bastante grande entre a nuvem e a superfície do planeta, a descarga começa a descer em forma de degraus de 40 a 45 metros de comprimento cada. Por outro lado, a velocidade dos raios de Júpiter é marcadamente diferente da rapidez com que a descarga atinge a superfície da Terra.
Vale destacar que Júpiter é o segundo planeta conhecido, depois da Terra, a ter relâmpagos. No entanto, os cientistas têm estado intrigados por muitos anos com a evolução dos raios neste planeta gasoso.