No sábado (20), o Ministério da Defesa russo confirmou que a libertação de Artyomovsk foi concluída na sequência das ações ofensivas dos destacamentos de assalto com o apoio da artilharia e da aviação.
"Em um esforço para preservar as brigadas treinadas e equipadas pelo Ocidente para uma ofensiva amplamente esperada, e com muitos de seus soldados profissionais mortos, Kiev enviou soldados mobilizados e unidades de defesa territorial, às vezes com treinamento e equipamentos irregulares", diz a publicação.
O sucesso ou não dessa tática será revelado em uma grande ofensiva, segundo os jornalistas.
Fumaça sai de um prédio em Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana), região de Donetsk, 26 de abril de 2023.
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"Se você pode evitar ter que desviar sua força de combate decisiva para algo como Bakhmut, o que teria um impacto negativo de longo prazo na contraofensiva geral, então você faz isso", disse o tenente-general aposentado Ben Hodges, ex-comandante do Exército dos EUA na Europa. "É claro que você ainda paga um preço alto."
O jornal escreve sobre um grupo mobilizado em fevereiro para a 93ª Brigada Mecanizada ucraniana, em sua maioria "pessoas pobres de vilarejos na região de Carcóvia no nordeste, muitas delas desempregadas, fazendo bicos como trabalhadores braçais ou trabalhando em turnos em fábricas na capital regional".
Conforme observado, quase nenhum deles tinha experiência de combate.
De acordo com documentos e fotografias citados pelo jornal, os conscritos receberam armas e uniformes da era soviética na base para onde foram levados e, dois dias depois, foram transportados para Konstantinovka, não muito longe de Artyomovsk.
Alguns dias depois, o sargento da companhia chegou e disse que tinha ordens para enviar os homens para Artyomovsk em grupos de seis.
Alguns dos homens ameaçaram escrever uma recusa formal em cumprir a ordem, alegando falta de treinamento e incapacidade de atirar. No entanto, os militares ucranianos responderam que "Bakhmut os ensinará".
Os homens mobilizados disseram que, quando chegaram a suas posições em Artyomovsk, foram atacados com lança-granadas e morteiros, e vários homens foram mortos imediatamente.
O jornal relata que as esposas dos militares desaparecidos estão indignadas com o fato de eles terem sido enviados para Artyomovsk sem treinamento.
Conforme observado, os legisladores ucranianos apresentaram em fevereiro um projeto de lei que previa pelo menos três meses de treinamento para os mobilizados, mas ele não foi aprovado.
No entanto, o Ministério da Defesa ucraniano negou oficialmente o envio de soldados para Artyomovsk sem treinamento, e um dos oficiais da 93ª Brigada entrevistado pelo jornal garantiu que não tinha ouvido falar de tais casos em sua unidade.