De acordo com o relatório do Escritório de Responsabilidade do Governo (GAO, na sigla em inglês) citado pela Bloomberg, "o sistema de resfriamento está sobrecarregado, exigindo que o motor opere além de seus parâmetros de projeto".
A questão do motor diz respeito ao "sistema de gerenciamento térmico e de potência" da aeronave, que transfere a pressão do único motor do caça, direcionando o fluxo para resfriar outros componentes. Quanto mais pressão de ar transferida, mais quente o motor funciona, explica a mídia.
"O calor extra está aumentando o desgaste do motor, reduzindo sua vida útil e acrescentando US$ 38 bilhões [R$ 191 bilhões] em custos de manutenção", afirmaram os auditores do GAO.
O sistema de energia, baseado em especificações projetadas anos atrás por um subcontratado da Lockheed Martin – fabricante dos caças –, não consegue atender às demandas de resfriamento dos aviônicos cada vez mais complexos das aeronaves, bem como aos novos recursos já instalados ou planejados até 2035 durante um programa de atualização atual chamado "Bloco 4", disse o GAO.
O relatório anual do governo norte-americano também revela que o custo da atualização do Bloco 4 aumentou em US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões), para US$ 16,5 bilhões (R$ 83,1 bilhões), e que metade das entregas de aeronaves da Lockheed em 2022 estava atrasada.
A mídia ainda destaca que salvo uma correção efetiva, as revisões do motor podem ocorrer mais cedo do que o esperado e adicionarão outro item para correção à estimativa de US$ 1,3 trilhão (R$ 6,5 trilhões) do Pentágono, a fim de operar e manter a frota de F-35 ao longo de 77 anos de operação.
Questionada sobre o problema do sistema de resfriamento antes do lançamento do relatório do GAO, a Lockheed disse em um comunicado que "as capacidades continuaram a amadurecer com base nas necessidades do cliente" e "tem esforços em andamento para atender e apoiar esses requisitos", segundo a mídia.