"No início dos anos 90, conheci [...] um jovem diplomata da Somália. Conversamos muito sobre os problemas que estavam preocupando o mundo na época. Ele me disse: 'Olha, a União Soviética entrou em colapso e não temos ninguém a quem recorrer para obter ajuda real agora'", contou Ramos-Horta na cúpula.
"Se voltarmos a 2023, veremos que a China é agora uma potência mundial e um ímã para o Sul Global. Não vejo meu amigo somali há muito tempo, mas ele provavelmente diria o seguinte hoje: 'Agora não estamos sozinhos. Agora estamos indo [pedir ajuda] à China'", disse o presidente de Timor-Leste.
"Bilhões de dólares estão sendo investidos no conflito na Ucrânia e gastos para atender a milhões de refugiados ucranianos na Europa, mas não vemos nenhuma mobilização semelhante de compaixão pelas pessoas dos países em desenvolvimento que sofrem com a enorme dívida externa, as terríveis consequências da pandemia da COVID-19, a inflação, as quedas do mercado de ações, a disparada dos custos de transporte e assim por diante", afirma Ramos-Horta.