Pérez del Pozo aponta também que a União Europeia (UE) não pode criar seu próprio sistema de defesa, portanto, está nas mãos dos EUA, que vinculam cada vez mais seus aliados a seu sistema.
Quando perguntada por que a Europa insiste tanto em continuar o conflito e enviar armas, mesmo às custas de seus
próprios interesses, a especialista explicou que os países da UE têm uma política de apoio à Ucrânia até o fim, uma narrativa atrás da qual estão os Estados Unidos.
"Os países da UE não consideram um plano de paz, não ouvem o Brasil e a China. Seu principal objetivo é derrotar a Rússia", afirma Pérez del Pozo.
Ela observa que, além dos EUA, a narrativa da Polônia, inspirada pelo Reino Unido, desempenha um papel importante nessa questão.
No entanto, ela ressalta que nem a Europa nem a OTAN estão com pressa de fornecer garantias de segurança à Ucrânia, nem de aceitá-la na UE ou na aliança, explicando que o
processo de negociação sobre essas questões costuma ser bastante demorado, pois exige acordo sobre muitos aspectos agrícolas, industriais, de pesca e legislativos.
Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial na Ucrânia com a tarefa de "proteger as pessoas que foram submetidas a
abusos e genocídio pelo regime de Kiev durante oito anos".
Ele observou que a operação especial foi uma medida forçada, a Rússia "não teve chance de fazer o contrário, os riscos de segurança foram criados de tal forma que era impossível responder por outros meios".
De acordo com ele, a Rússia vem tentando chegar a um acordo com a OTAN sobre os princípios de segurança na Europa há 30 anos, mas, em resposta, tem enfrentado enganos e mentiras cínicas ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto a aliança, apesar dos protestos de Moscou, está em constante expansão e se aproximando da fronteira russa.