Ontem (5), a chanceler alemã, Annalena Baerbock, visitou Brasília e foi recepcionada no Ministério das Relações Exteriores brasileiro pela secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha.
Baerbock chegou junto com o ministro de Trabalho e Temas Sociais, Hubertus Heil. Os dois cumprirão agenda no país até amanhã (7). Além de Brasília, as autoridades visitaram São Paulo e Belém, segundo o informativo da chancelaria brasileira.
No Distrito Federal, os ministros reuniram-se também com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Eles discutiram o fortalecimento da cooperação bilateral para o controle do desmatamento e a promoção da bioeconomia, com geração de empregos verdes.
Em sua visita hoje (6) a São Paulo durante um evento na Fundação Getúlio Vargas, a ministra abordou o desejo europeu de que a América Latina se posicione contra a operação russa na Ucrânia, segundo a Folha de São Paulo.
Embaixadora Maria Laura da Rocha recebe a chanceler da Alemanha, Annalena Baerbock, em Brasília, 6 de junho de 2023
© Foto / Gustavo Magalhães / MRE
Para Baerbock a região percebe o conflito de maneira diferente da europeia, mas que não se pode "silenciar" sobre a operação.
"Muitas vezes ouço: onde vocês [Europa] estavam quando precisamos de vocês? [...] Quero dizer com toda clareza, a ameaça dessa guerra é percebida de forma diferente na América Latina do que na Europa", disse.
Ao mesmo tempo, as autoridades demonstraram o apetite europeu pelo mercado de energia no Brasil e na América Latina. Em especial, mencionou o lítio, utilizado na bateria de carros elétricos e já disputado na região por Estados Unidos e China, relata a mídia.
"Vocês estão à frente de nós. Nossos ônibus não são movidos a eletricidade. Se conseguirmos que o lítio seja extraído e processado no Brasil, tornaremos a produção muito menos dependente de gargalos e criaremos empregos."
Contudo, frisou que seu país não pretende capitanear uma nova "corrida do ouro na região".
"Não queremos uma extração que gera riqueza para poucos, mas sim queremos o desenvolvimento da população local, do meio ambiente e de toda a região", afirmou.
Visando ter a empatia do público, Baerbock arriscou em português trechos de uma canção de Elza Soares (falecida no ano passado): "E hoje sou meu próprio patrão, e ninguém me manda", em uma metáfora para se referir a incentivos ao desenvolvimento latino-americano.