De 6 a 14 de junho, o tribunal está realizando audiências sobre a ação da Ucrânia contra a Rússia de 2017 relativa aos eventos na região de Donbass e na Crimeia. Na terça-feira (6) o lado ucraniano discursou na audiência. Na quinta-feira (8), a palavra foi dada à delegação russa.
A Ucrânia entrou com uma ação contra a Rússia no Tribunal Internacional de Justiça em Haia em janeiro de 2017, exigindo que as ações da Rússia em Donbass fossem reconhecidas como violação da Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo e as na Crimeia como violação da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
A Rússia declarou repetidamente que garante o respeito aos direitos humanos em todo o seu território, inclusive na Crimeia, e que continuará protegendo esses direitos.
As autoridades russas também declararam repetidamente que as tropas ucranianas e os batalhões nacionalistas têm bombardeado cidades pacíficas em Donbass desde 2014.
"Como sabemos, para apresentar acusações de terrorismo é preciso partir da existência de intenções concretas, tais como provocar danos a civis ou ter um objetivo político", disse o advogado britânico na audiência do tribunal na quinta-feira.
De acordo com o advogado de defesa, a Ucrânia se baseia em supostos bombardeios durante um conflito armado.
"No entanto, as baixas civis em um conflito armado são inevitáveis e não indicam terrorismo [...] Precisamos distinguir entre terroristas, que deliberadamente atiram em civis, e soldados, que admitem poder haver baixas civis ao atirarem em alvos militares."
No primeiro caso, se trata de um crime de guerra; no segundo, de um ato legítimo. Os militares podem cometer erros, concluiu o advogado.