Em um fórum internacional realizado em Cingapura no último fim de semana, o ministro da Defesa da Indonésia, Prabowo Subianto, delineou um plano para um acordo na Ucrânia que criaria uma zona desmilitarizada de 30 quilômetros, providenciaria o envio de forças da ONU e a realização de referendos em territórios disputados.
Kiev rejeitou categoricamente a proposta, chamando-a de "pró-russa".
Por sua vez, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a Rússia "prestou atenção" às propostas do Ministério da Defesa da Indonésia.
"Sim, a Indonésia apresentou uma iniciativa de paz. Mas quando uma proposta é rejeitada por um país que, na verdade, quer continuar o conflito, isso não é de forma alguma uma vergonha para nossa nação", disse Gusnaidi, citado pelo portal Medcom.id.
Segundo o político, o acordo e a obrigação de encerrar o conflito recaem, em primeiro lugar, sobre a Ucrânia e a Rússia.
Ele acredita que quando "um país é pessimista em relação às propostas de paz de um terceiro país, a paz não pode ser concretizada".
"É claro que cabe à Ucrânia escolher se quer continuar o conflito ou acabar com ele. Se a escolha for continuar o conflito, é claro que qualquer proposta que leve à paz será considerada estranha e eles a rejeitarão", acrescentou o vice-presidente do partido.
Ele também enfatizou que o compromisso da Indonésia com uma política externa livre e ativa continuará a ser respeitado por ela – a proposta de paz não pode ser interpretada como se a Indonésia estivesse escolhendo um dos lados.
"O que é certo é que não apoiamos a Ucrânia – apoiamos a paz. Apoiar a Ucrânia significaria manter o conflito, tal como as autoridades ucranianas desejam. A Indonésia ofereceu à Ucrânia uma saída, mas se eles continuam querendo o conflito, então sim, essa é a escolha deles e não se trata mais da Indonésia", concluiu o político.
Anteriormente, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, disse que a Rússia está pronta para analisar quaisquer ideias que levem em conta a posição russa.
Por sua vez, a China propôs um plano de paz para a solução do conflito na Ucrânia. Em fevereiro, Pequim divulgou um documento de 12 pontos intitulado "Posição da China sobre a solução política da crise na Ucrânia", exigindo o respeito pela soberania de todos os países, o fim das hostilidades e a retomada das negociações de paz entre Moscou e Kiev.
Além disso, o presidente Lula da Silva afirmou que os EUA e a Europa devem começar a falar em chegar a um acordo na Ucrânia, em vez de incentivar o confronto.
Ele pediu aos países não envolvidos no conflito na Ucrânia que assumam a responsabilidade de fazer avançar as negociações de paz, bem como de proporcionar à Rússia "condições mínimas" para pôr fim ao conflito.
Além disso, Lula da Silva propôs a criação de um formato semelhante ao G20 para discutir a situação na Ucrânia.