O vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Nong Rong, chamou o embaixador sul-coreano Chung Jae-ho ao ministério em Pequim, pedindo a Seul que "reflita profundamente sobre os problemas" nos laços bilaterais e "os leve a sério", informa o jornal, citando o Ministério das Relações Exteriores da China.
"Esperamos que a Coreia do Sul siga na mesma direção que a China e trabalhe em conjunto com o lado chinês para fazer esforços positivos a fim de promover o desenvolvimento saudável e estável das relações entre os dois países", cita o artigo o comunicado da chancelaria.
A repreensão diplomática ocorreu depois que, na passada sexta-feira (9), a Coreia do Sul convocou o embaixador chinês Xing Haiming por causa de uma possível "intervenção em assuntos internos".
Ao se encontrar com o líder do Partido Democrático da oposição da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, na embaixada chinesa na quinta-feira (8), Xing disse que Seul deveria "evitar interferência externa quando lida com as relações com a China".
"Em um momento em que os Estados Unidos [estão fazendo] um esforço total para estrangular a China, algumas pessoas estão apostando na vitória dos EUA e na derrota da China", disse o embaixador chinês, chamando isso de "erro de julgamento e uma incapacidade de ver as tendências históricas".
Ele afirmou que aqueles que apostam na derrota da China "certamente vão se arrepender mais tarde".
O primeiro vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Chang Ho-jin, convocou o embaixador da China na sexta-feira (9) e "advertiu severamente" que seus comentários são uma violação do protocolo diplomático e poderiam equivaler a uma "intervenção em assuntos internos".
O vice-chanceler da China disse ainda que é da responsabilidade do embaixador chinês ter uma ampla gama de discussões e intercâmbio "com pessoas de todas as esferas da vida na Coreia do Sul".
Nos últimos meses, as tensões entre a China e a Coreia do Sul aumentaram, à medida que Seul se aproxima da posição de Washington, seu aliado.
Em abril, Pequim e Seul já convocaram os embaixadores um do outro por causa de reivindicações e contra-reivindicações relacionadas à questão de Taiwan, em resposta às palavras do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol de que a ilha representa uma "questão global".