O Ocidente não poderia impedir o Irã de construir armas nucleares se Teerã quisesse seguir tal programa, disse no domingo (11) o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
"As conversas sobre as armas nucleares de Teerã são uma mentira e eles [os países ocidentais] sabem disso. Não queremos armas nucleares devido às nossas crenças religiosas. Caso contrário, eles não teriam sido capazes de impedi-lo", apontou ele, citado pela agência britânica Reuters.
As declarações vêm em meio às tensões em torno do suposto programa nuclear do país. Teerã sublinha que o projeto nuclear do Irã tem como objetivo a produção de eletricidade no país.
Em 2015, a Alemanha, a China, os EUA, a França, o Irã, o Reino Unido e a Rússia, assinaram o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que determinou o cancelamento de algumas das sanções contra o Irã em troca da limitação do programa nuclear pelos iranianos. No entanto, após a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA (2017-2021), ele retirou Washington do acordo e voltou a impor as restrições em 2018, alegando supostas violações iranianas do acordo.
Isso, por sua vez, levou o Irã a se afastar gradualmente dos termos do acordo a partir de 2019. O acordo nuclear tem estado em um limbo desde então, apesar das tentativas de o restabelecer. Os países ocidentais relacionam frequentemente a questão nuclear com os mísseis de longo alcance do Irã, enquanto Teerã exige garantias de que os EUA não se retirarão de um novo acordo nuclear caso o voltem a integrar.