Panorama internacional

Comitiva da Marinha da China desembarca no Brasil como parte da 'retomada de visitas de Defesa'

Força chinesa chega ao país com comitiva de alto nível e agenda a ser cumprida em Brasília, Rio de Janeiro e Manaus. A Marinha brasileira pretende aproveitar o momento e abordar a fiscalização da pesca ilegal no Atlântico Sul.
Sputnik
A comitiva da Marinha da China desembarca nesta quinta-feira (15) para uma visita de cortesia e sem expectativa sobre fechamento de acordos bilaterais, segundo a Folha de São Paulo.
Os chineses serão recebidos em Brasília pelo comandante da força brasileira Marcos Sampaio Olsen, e pelo chefe do Estado-Maior da Força, almirante José Augusto Cunha. O grupo visitará a Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, e encerrará o périplo em Manaus (AM), onde conhecerá o Comando do 9º Distrito Naval, relata a mídia.

"A vinda da comitiva é resultado de iniciativa para a retomada de visitas a nível da Defesa iniciada em 2019. Ocorre somente agora por ter sido adiada durante a pandemia", disse uma nota da Marinha brasileira citada pelo jornal.

Entretanto, a Folha afirma ter apurado que o encontro foi viabilizado após pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que a confirmação da agenda foi feita em data próxima à visita, com uma organização mais rápida do que o usual, o que denotaria uma aproximação com Pequim.
A comitiva militar chinesa será comandada pelo secretário da Marinha, Yuan Huazhi. Integram ainda o grupo o vice-chefe do Estado-Maior da Marinha chinesa, contra-almirante Li Pengcheng, e o adido de Defesa da China no Brasil, general de brigada Zhang Linhong, além de outros cinco oficiais.
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Ao longo da visita, a Marinha do Brasil abordará a questão da pesca ilegal na costa brasileira e discutirá o avanço da potência sobre o Atlântico Sul. Segundo a Folha, chineses são acusados de impulsionar pesca ilegal no oceano que separa a América do Sul e a África, utilizando embarcações que saem especialmente da costa africana sem rastreio.
Sampaio Olsen pretende aproveitar a ocasião e demonstrar a preocupação que o Brasil tem com os crimes cometidos e deverá pedir apoio das autoridades chinesas para combater os ilícitos, de acordo com almirantes ouvidos pelo jornal.
Integrantes da cúpula da Marinha brasileira avaliam que, de acordo com conversas prévias entre militares chineses e brasileiros, a China já se mostrou disposta a dialogar sobre a região e atuar em parceria com os países sul-americanos no combate à pesca ilegal.
A força brasileira também pretende mostrar à força homóloga chinesa um plano de estudo sobre a presença de países na região marítima.
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