Durante as oito horas que foi sabatinado pela CCJ, Zanin, que foi advogado de Lula durante o julgamento da Operação Lava Jato, afirmou que não se subordinará ao presidente na sua atuação no Supremo, caso tenha seu nome aprovado pela Casa.
"Alguns me rotulam como advogado pessoal porque lutei pelos direitos individuais sempre contra a maré. Respondo que sempre desempenhei minha função buscando a Justiça. Ser advogado é ter que conversar, explicar e esclarecer a incompreensão", disse Zanin citado pelo Estadão.
O advogado também disse que assumia compromissos com os senadores se for aprovado como ministro.
"Não permitirei investidas insurgentes contra a República. Exijo ouvir todas as partes". Zanin também afirmou que pautará sua atuação na defesa da democracia e do Estado de direito, e que sabe separar o papel de advogado e de ministro do STF.
"Mas saibam que não vou mudar de lado. Meu lado sempre foi o mesmo: o da Constituição, das garantias, do amplo direito de defesa e do processo legal […]. Eu acredito que estou aqui hoje indicado pelo presidente Lula pelo fato dele ter conhecido o meu trabalho jurídico, minha carreira na advocacia e a certeza de que, uma vez nomeado e aprovado por esta casa, vou me guiar exclusivamente pela Constituição e pelas leis, sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja", complementou.
De acordo com a Folha de São Paulo, Lula, que está na Europa, ligou pessoalmente para monitorar a sabatina de Zanin e ouviu do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, que estava tudo bem com "zero problema".
Zanin, de 47 anos, ocupará a vaga deixada no Supremo por Ricardo Lewandowski.