Panorama internacional

Zelensky admite que contraofensiva está 'mais lenta do que desejado', mas diz que ação 'não é filme'

Presidente reafirmou que Kiev busca se tornar membro da OTAN e que não conversará com ninguém sobre o fim do conflito enquanto tropas russas estiverem em território ucraniano.
Sputnik
Em entrevista divulgada pela BBC nesta quarta-feira (21), o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, reconheceu que o progresso no campo de batalha após o lançamento da ofensiva militar foi "mais lento do que o desejado", mas que o conflito "não é um filme".
"Algumas pessoas acreditam que este é um filme de Hollywood e esperam resultados agora. Não é. O que está em jogo é a vida das pessoas", afirmou.
A Ucrânia diz que sua contraofensiva recuperou oito aldeias até agora na região sul de Zaporozhie e Donetsk, a leste, entretanto, Zelensky declarou que as tropas ucranianas não avançaram mais porque "200.000 quilômetros quadrados do território foram minados pelas forças russas".
Operação militar especial russa
Ucrânia falha ao tentar contra-atacar na região de Zaporozhie, diz mídia
O presidente reforçou a necessidade de Kiev receber garantias de segurança da OTAN, acrescentando que o objetivo final é se tornar membro da aliança militar. O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, deixou claro esta semana que nenhum plano estava sobre a mesa para fazer um convite a Kiev na cúpula do mês que vem na Lituânia.
"[Jens] Stoltenberg conhece minha posição. Dissemos a eles várias vezes: 'Não bata no chão sob nossos pés'", afirmou Zelensky.
O líder ucraniano novamente defendeu que a Ucrânia receba F-16 fabricados dos Estados Unidos e disse acreditar que os pilotos podem começar a treinar já em agosto, e que os primeiros jatos podem chegar em seis ou sete meses.
Zelensky também reafirmou que não se sentará com Vladimir Putin ou com qualquer outra pessoa para negociar o fim do conflito se as tropas russas não saírem do território ucraniano.
"Não importa o quanto avancemos em nossa contraofensiva, não concordaremos com um conflito congelado porque isso é guerra, é um desenvolvimento sem perspectiva para a Ucrânia", complementou.
Comentar