Os países do BRICS estarão representados em Paris em uma cúpula sobre um novo pacto financeiro entre o Norte e o Sul nos dias 22 e 23 de junho, mas a Rússia não foi convidada.
Anteriormente, foi relatado que o presidente francês Emmanuel Macron havia solicitado ao presidente sul-africano Cyril Ramaphosa a oportunidade de participar da cúpula do BRICS em Joanesburgo, em agosto próximo.
"Agora que todos estão lutando pelo 'Sul Global', a França está agindo no interesse da política europeia [...]. Ela considera possível que sua diplomacia apresente tais iniciativas. Ela está competindo com a Rússia, mas não no que diz respeito [diretamente] ao BRICS [...]. A competição é pela África", disse a especialista.
Obichkina explicou que no continente africano a Rússia afastou significativamente os interesses franceses e que "a França é muito sensível a isso".
"Agora se trata mais de encontrar maneiras de entrar nas estruturas globais de amanhã. E é desejável que essas estruturas não sejam formadas em detrimento da União Europeia, ou seja, não em detrimento da França", comentou ela a iniciativa de Macron.
Ela acrescentou que a soberania da França sofre com o unilateralismo dos EUA, especialmente com as sanções extraterritoriais e sanções secundárias contra empresas e bancos franceses.
Ao mesmo tempo, a França está totalmente integrada ao sistema financeiro internacional e as contradições entre a Zona do Euro e os EUA não são totalmente antagônicas, de acordo com Obichkina.
Ela acredita que a França quer evitar uma divisão entre o Norte e o Sul e que sua política tem como objetivo "superar os fenômenos da crise da globalização".