Na segunda-feira (19), um vice-ministro ucraniano disse que Kiev estava em negociações com empresas de defesa na Alemanha, França, Itália e Europa Oriental para potencialmente fabricar armas na Ucrânia, segundo a Reuters.
Entretanto, o plano ucraniano para estabelecer indústria bélica no país está sendo observado com insegurança e desconfiança pelos fabricantes de armas ocidentais, relata a agência britânica.
Seis empresários do setor entrevistados pela agência britânica durante a Paris Airshow (uma das maiores feiras da indústria de defesa aeroespacial do mundo) disseram que têm interesse em fabricar armas em território ucraniano, mas só depois que o conflito acabar.
Segundo a mídia, nenhum dos entrevistados expressou interesse em investir diretamente neste momento, sendo a segurança a principal preocupação.
"Você só precisa pensar de forma mais ampla, o estado da situação [...] e o risco associado a essa coprodução", disse Greg Ulmer, chefe de negócios aeronáuticos da norte-americana Lockheed Martin.
Outros representantes de duas grandes fabricantes de armas confirmaram ter ouvido falar sobre a iniciativa ucraniana, com um acrescentando que sua empresa estava preparada para assinar uma carta de intenções para discutir uma parceria industrial com Kiev apenas quando as hostilidades terminarem.
A mídia sublinha que a Ucrânia está desesperada para aumentar seu arsenal de armas, de drones e munições a tanques, ao mesmo tempo que procura aumentar as oportunidades de emprego e estabilizar uma economia devastada, portanto, fabricar armas no país seria dar uma solução para dois problemas.
Em maio, o presidente Vladimir Zelensky disse que a Ucrânia estava trabalhando com a britânica BAE Systems para estabelecer uma base ucraniana a fim de produzir e reparar armas de tanques a artilharia.
A alemã Rheinmetall afirmou no mês passado que montou uma joint venture com o conglomerado estatal ucraniano Ukroboronprom para construir e consertar tanques no país. Porém, executivos observam que os locais de reparo são mais fáceis de configurar do que as linhas de montagem em grande escala.
A Rússia já verbalizou, através do vice-presidente do Conselho de Segurançarusso, Dmitry Medvedev, que Moscou retaliaria atacando qualquer instalação que a Rheinmetall instalasse na Ucrânia.