Panorama internacional

Pouca participação dos líderes do BRICS na cúpula de Macron é mau sinal, alerta especialista

O especialista francês em geopolítica François Asselineau disse à Sputnik que o principal problema da conferência Novo Pacto Financeiro Global, organizada pela França, é a pouca participação dos líderes do BRICS.
Sputnik
A cúpula decorre em Paris em 22 e 23 de junho. Mais de 50 chefes de Estado e de governo, bem como representantes de organizações internacionais, estão participando do evento.

"Essa 'cúpula' em Paris foi uma surpresa para muitos. Macron fala sobre um novo acordo de Bretton Woods ou de um novo acordo entre os países ocidentais do Velho Mundo e o Sul Global, que corresponde mais ou menos ao BRICS. Seu problema é que os países do BRICS estão representados, em sua maioria, por decisores de segundo ou terceiro escalão", disse Asselineau.

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Ele observou que os representantes russos não foram convidados a participar do evento e que a China e a Índia enviaram apenas ministros ou diplomatas a Paris. Dos chefes de Estado do BRICS, participam apenas o presidente Lula da Silva e seu homólogo sul-africano Cyril Ramaphosa.
Além disso, os Estados Unidos, o Canadá, o Japão, o Reino Unido e os países europeus também não estão representados na cúpula por seus líderes, disse o especialista.
As exceções são a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da ONU, António Guterres, bem como os presidentes do Banco Mundial e algumas outras instituições financeiras internacionais que ainda "não podem decidir nada sem os principais participantes".
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O especialista expressou suas dúvidas de que a cúpula seja capaz de unir o BRICS, os países do Norte Global e o mundo ocidental, a menos que seja lançada uma forte estrutura de consulta que trabalhe para criar um novo pacto financeiro global.
Ao mesmo tempo, Asselineau disse que os países ocidentais estão preocupados com o declínio de sua influência no mundo e com a desdolarização da economia global.
O mundo está se tornando multipolar, e o processo de organização de um novo pacto financeiro global deve envolver os líderes dos Estados Unidos, China, Índia e outros países do BRICS, concluiu o especialista.
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