O Japão apresentou um protesto contra a Rússia devido à decisão do país de declarar o dia 3 de setembro como um dia de vitória sobre o "Japão militarista", uma medida que, segundo Tóquio, alimentaria o antagonismo mútuo, disse na segunda-feira (26) o secretário-geral do governo japonês.
No sábado (24), Vladimir Putin, presidente da Rússia, assinou uma lei que estabelece o dia 3 de setembro como o Dia da Vitória Sobre o Japão Militarista e o Fim da Segunda Guerra Mundial, no lugar do Dia do Fim da Segunda Guerra Mundial (1945).
Os materiais explicativos destacam que, após o início da operação especial, Tóquio, "em coordenação com o Ocidente coletivo, desencadeou uma campanha hostil sem precedentes contra a Rússia nas relações russo-japonesas modernas". Eles explicam que a mudança proposta poderia ser uma das "contramedidas".
"Estamos cientes de que foi aprovada tal lei. Com relação à guerra passada, nosso país está constantemente comunicando a visão e a posição de nosso país à Rússia. A lei adotada não só incentivará os sentimentos antijaponeses entre o povo russo, mas também inflará os sentimentos antirrussos entre o povo japonês. Isso é extremamente lamentável", expressou Hirokazu Matsuno em uma coletiva de imprensa na capital japonesa.
"O lado russo foi informado em 23 de junho dessa posição pelo Japão por meio de canais diplomáticos [sexta-feira], e [a Rússia] também foi instada a não criar intencionalmente um confronto desnecessário entre [nossos] povos", continuou ele.
Matsuno relatou se abster de comentar os motivos que levaram a Rússia a aprovar a lei, mas garantiu que o Japão continuaria aplicando duras sanções contra a Rússia e ajudando fortemente a Ucrânia.