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'Senhor da guerra': como Washington tenta intimidar China na região da Ásia-Pacífico

Em entrevista à Sputnik, especialistas afirmaram que os EUA frequentemente usam mensagens contraditórias para intimidar seus concorrentes e aqueles que não seguem suas doutrinas.
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Além disso, os especialistas destacaram que o Ocidente, especialmente os EUA, usam a guerra e a intimidação como principais ferramentas da diplomacia.
James Bradley, historiador e autor do "A Miragem da China: História Oculta do Desastre Americano na Ásia", afirmou à Sputnik que independentemente do que os Estados Unidos dizem nesse momento, sua preocupação estratégica a longo prazo no Leste Asiático sempre foi controlar e conter a China.
"A Marinha dos EUA inspecionou as ilhas próximas à China desde a década de 1850, em 1898 os EUA se apoderaram das Filipinas, Guam e Havaí para construir uma comporta para que as riquezas da China fluíssem até os EUA. Desde 1945, os EUA tentam conter a China. O Departamento de Estado pode falar o que quiser, mas o antigo Departamento de Guerra, atualmente chamado de Departamento de Defesa, é que dá as ordens", enfatizou.
Bradley destacou que desde 2016 os EUA estão em guerra com a China, antes mesmo da mudança estratégica oficial americana para a "competição entre as grandes potências", iniciada em 2018.
"Guerra econômica, guerra cibernética e guerra propagandista. O negócio da China é o comércio, e o negócio dos EUA é a guerra", observou.
Por sua vez, o especialista para assuntos da China, Jeff J. Brown, afirmou à Sputnik que a desconexão entre a retórica diplomática e a atividade militar é algo típico dos países ocidentais.
"No Ocidente, em geral, a política é individual e prepotente, então não é surpresa alguma que a mão esquerda não se importe com o que a mão direita faz. Na China, o governo pratica o centralismo democrático: argumentar e debater de antemão, para depois falar publicamente e agir com uma voz unificada", ressaltou.
Brown também observa que é muito provável que os EUA continuem pressionando a Indonésia para que não compre equipamentos militares avançados da China ou da Rússia, utilizando novamente sua "diplomacia reacionária negativa", já que os norte-americanos sabem que seu declínio é inevitável, e que a ascensão do mundo em desenvolvimento limita suas capacidades.
O especialista também adicionou que enquanto os EUA seguem utilizando sua diplomacia negativa e reacionária do imperialismo ocidental, a China se uniu magistralmente ao leste e sudeste asiático, firmando um acordo de livre comércio da Acordo Econômico Abrangente Regional, superando a incipiente Acordo de Associação Transpacífico anti-China dos EUA, demonstrando que uma cooperação mutuamente respeitosa vale mais do que o imperialismo americano.
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