Panorama internacional

Ao usar convite da China para pressionar EUA, Netanyahu pode cometer erro grave, diz mídia de Israel

Viagem poderia ter ramificações políticas, já que o líder israelense ainda não esteve nos EUA seis meses após assumir o cargo. Ao mesmo tempo, o não convite da Casa Branca ao premiê e tensões Netanyahu-Biden pelas reformas políticas podem impulsionar visita a Pequim.
Sputnik
Ontem (27), o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que foi formalmente convidado a visitar a China. O primeiro-ministro afirmou a uma delegação visitante de representantes do Congresso dos Estados Unidos sobre a oferta, acrescentando que informou sobre o convite ao governo Biden há um mês, segundo um comunicado do governo israelense citado pela Bloomberg.
Embora não tendo especificando se Netanyahu aceitou, o comunicado disse que a visita projetada seria a quarta do primeiro-ministro a Pequim em várias passagens pelo poder.
De acordo com a mídia, a notícia do convite da China se tornou um tópico de controvérsia, já que comentaristas israelenses disseram que o governo o está usando a convocação para pressionar Washington.

Ao mesmo tempo, segundo o jornal israelense Yediot Ahronot, afirmou que o aprofundamento dos laços com Pequim pode agravar a situação já precária entre Tel Aviv e Washington neste momento.

Alguns especialistas disseram que a posição de Israel pode sofrer cada vez mais com o agravamento da tensão nas relações entre Netanyahu e o presidente dos EUA, Joe Biden, enquanto Washington e Pequim se enfrentam em uma guerra comercial.
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Vale lembrar que o Estado judeu também não enviou para Ucrânia armas requisitadas por Kiev. Sendo Washigton o maior aliado da Ucrânia, esse é atualmente outro ponto de discórdia entre os governos.

O jornal ainda ressalta que o primeiro-ministro israelense afirmou que a colaboração e parceria de segurança entre os Estados Unidos e Israel atingiu níveis incomparáveis, no entanto, a tensão atual "é claramente sentida nas Forças Armadas israelenses".

A mídia sublinha que "a parceria de segurança entre os dois países continua forte, mas apenas no nível dos respectivos chefes de gabinete".
Portanto, Netanyahu pode argumentar que esta visita serve como um sinal para os Estados Unidos, possivelmente emulando outros atores regionais como a Arábia Saudita, que mantém laços com o Irã, a China e os EUA.
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O diretor do Instituto de Estudos de Segurança Nacional em Tel Aviv, Tamir Hayman, afirmou que se a visita do premiê acontecer, seria "um erro grave".
"A China é um país importante para Israel, mas, como sempre, o contexto faz a diferença e o contexto é a recusa americana de convidar o primeiro-ministro para uma visita a Washington. Por causa dessa recusa e da escalada da crise com os EUA, uma visita neste momento é um erro grave".
A possível viagem de Netanyahu ocorreria em um momento em que Pequim está começando a fazer incursões no Oriente Médio, enquanto a região se torna menos prioritária para os EUA.
A China intermediou este ano a restauração dos laços entre o Irã e a Arábia Saudita, e Hayman argumentou que parecer do lado da China não acelerará um convite a Washington e irritará as autoridades de Biden.
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