Operação militar especial russa

Entenda por que mais veículos blindados Bradley dos EUA não impulsionarão contraofensiva da Ucrânia

O que Washington entregou à Ucrânia é uma versão não atualizada dos veículos blindados Bradley com capacidades de combate restritas, disse à Sputnik a tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA Karen Kwiatkowski, ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA.
Sputnik
O governo Biden anunciou outro pacote militar de US$ 500 milhões (R$ 2,42 bilhões) para Kiev, que inclui, entre outros armamentos, 30 veículos de combate de infantaria Bradley fabricados nos EUA.
Pelo menos 17 veículos deste tipo já foram danificados ou destruídos pelas tropas russas na tentativa malsucedida de contraofensiva do Exército ucraniano.
Será que um lote adicional de veículos Bradley será útil para o Exército ucraniano? A ex-analista do Pentágono Karen Kwiatkowski tem suas dúvidas.
"Bem, se você já assistiu ao filme de 1998 'As Guerras do Pentágono' [The Pentagon Wars, em inglês], talvez se pergunte como conseguimos desenvolvê-los! E, é claro, eles são de tecnologia e design da década de 1980, por causa do tempo de atraso no sistema de aquisição militar dos EUA daquela época e também de hoje", disse ela à Sputnik.
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A ex-analista disse que, com os Bradleys desativados entregues à Ucrânia, os Estados Unidos estão agora no processo de atualização desses veículos de combate de infantaria.

"Seu programa de substituição foi, na verdade, iniciado em 2010, e a produção pela empresa vencedora [ou uma combinação] não começará até 2027. Em um espaço de batalha terra-mar-ar abrangente, o Bradley acrescenta mobilidade e proteção a outras partes do conjunto de armas combinadas, mas sem o 'resto do sistema' suas capacidades são limitadas, como vemos na Ucrânia hoje", observou Kwiatkowski.

Ela deixou claro que os suprimentos de Bradleys para a Ucrânia são algo de que a divisão norte-americana da empresa de defesa alemã Rheinmetall e a General Dynamics se beneficiarão, pois "elas refinam e propõem seu melhor projeto" dos Bradley.
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Quando perguntada se o desenvolvimento de um novo veículo poderia implicar um aumento no orçamento militar dos EUA, Kwiatkowski disse que "parte da estratégia de expansão e relevância da OTAN, que tem sido a história da Ucrânia por mais de uma década, é como atualizar sistemas de armas mais antigos com apoio e dinheiro europeus, além de manter o enorme complexo industrial-militar dos EUA no futuro previsível".

"O orçamento de defesa dos EUA cresceu todos os anos durante minha vida, e nenhuma guerra foi 'vencida'. O próximo orçamento do Pentágono é de US$ 842 bilhões [R$ 4,08 bilhões], e isso sem contar todo o orçamento de inteligência, portanto, estaremos bem acima de um trilhão de dólares [R$ 4,8 trilhões] anualmente em 2024. Devido à influência e à disseminação do setor de defesa em todos os Estados, esse orçamento continuará a crescer até a falência dos Estados Unidos", concluiu.

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Tanto Kiev quanto Washington reconheceram que a contraofensiva ucraniana está progredindo mais lentamente do que o esperado, com um funcionário do Pentágono citando um representante militar americano que admitiu que a contraofensiva "não está atendendo às expectativas em nenhuma frente".
O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, enfatizou que Kiev não conseguiu atingir nenhum objetivo estratégico no início de sua contraofensiva, perdendo mais de 180 tanques e mais de 400 veículos blindados.
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