De acordo com o El País, Rodríguez e González, assessor para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, se reuniram para estabelecer um canal direto de comunicação. Na reunião, falaram sobre a libertação de presos e a necessidade de normalizar a vida política na Venezuela, de acordo com a mídia.
O jornal ressalta que esses tipos de reuniões no mais alto nível são comuns em processos tão arraigados e complexos como o de Caracas e Washington, mas são mantidos em sigilo para que ninguém interfira no diálogo.
O Catar ganhou um papel inesperado na mediação entre a Casa Branca e o governo venezuelano. Além de sediar esta reunião, ele tomou medidas para interceder entre os dois países, que quase não chegaram perto nos últimos meses, afirma a mídia.
O governo norte-americano começou a se aproximar da Venezuela após o começo da operação russa na Ucrânia, uma vez que os EUA sancionaram e fizeram larga campanha para enfraquecer a exportação de petróleo russo.
O país latino-americano, com sua grande produção do combustível, fez Washington voltar seus olhos para ele naturalmente, mas ainda assim a relação entre os dois países ainda continua bastante distante.
Até o momento, Maduro não marcou data para a realização das eleições gerais nas quais deve haver um candidato da oposição que pudesse desafiá-lo à presidência, o que desagrada os EUA.
Do outro lado, o argumento do presidente venezuelano para manter uma posição de ferro é que os EUA não suspenderam as sanções internacionais que pesam sobre seu governo, as quais colocaram o país em profunda crise econômica há sete anos.
"Se eles querem eleições livres, queremos eleições livres de sanções", disse o presidente em novembro segundo a mídia.
O chavismo também culpou Biden por não liberar os fundos venezuelanos congelados no exterior — entre US$ 3 e 5 milhões (R$ 14 e 24 milhões) –, conforme havia sido acertado em uma mesa de diálogo no México no final do ano passado.