Panorama internacional

Estados Unidos e Venezuela realizam reunião secreta no Catar

O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez, concede entrevista no Congresso em Caracas, Venezuela, 15 de janeiro de 2021
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela – e braço direito de Nicolás Maduro –, Jorge Rodríguez, reuniu-se há três semanas em Doha no Catar com o assessor de Joe Biden, Juan González, em uma reunião sem mediadores ou terceiros.
Sputnik
De acordo com o El País, Rodríguez e González, assessor para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, se reuniram para estabelecer um canal direto de comunicação. Na reunião, falaram sobre a libertação de presos e a necessidade de normalizar a vida política na Venezuela, de acordo com a mídia.
O jornal ressalta que esses tipos de reuniões no mais alto nível são comuns em processos tão arraigados e complexos como o de Caracas e Washington, mas são mantidos em sigilo para que ninguém interfira no diálogo.
O Catar ganhou um papel inesperado na mediação entre a Casa Branca e o governo venezuelano. Além de sediar esta reunião, ele tomou medidas para interceder entre os dois países, que quase não chegaram perto nos últimos meses, afirma a mídia.
O governo norte-americano começou a se aproximar da Venezuela após o começo da operação russa na Ucrânia, uma vez que os EUA sancionaram e fizeram larga campanha para enfraquecer a exportação de petróleo russo.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa com seu homólogo iraniano, Ebrahim Raisi, em Teerã, no Irã, em 11 de junho de 2022 (foto de arquivo)
Panorama internacional
EUA estudam aliviar sanções contra a Venezuela e importar petróleo do país
O país latino-americano, com sua grande produção do combustível, fez Washington voltar seus olhos para ele naturalmente, mas ainda assim a relação entre os dois países ainda continua bastante distante.
Até o momento, Maduro não marcou data para a realização das eleições gerais nas quais deve haver um candidato da oposição que pudesse desafiá-lo à presidência, o que desagrada os EUA.
Do outro lado, o argumento do presidente venezuelano para manter uma posição de ferro é que os EUA não suspenderam as sanções internacionais que pesam sobre seu governo, as quais colocaram o país em profunda crise econômica há sete anos.
"Se eles querem eleições livres, queremos eleições livres de sanções", disse o presidente em novembro segundo a mídia.
O chavismo também culpou Biden por não liberar os fundos venezuelanos congelados no exterior — entre US$ 3 e 5 milhões (R$ 14 e 24 milhões) –, conforme havia sido acertado em uma mesa de diálogo no México no final do ano passado.
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