Nesta sexta-feira (30) durante um briefing on-line, o chanceler russo, Sergei Lavrov, defendeu mais uma vez a ampliação de cadeiras no Conselho de Segurança da ONU afirmando que a expansão deve ser ocupada por países da América Latina, Ásia e África.
"Uma tarefa igualmente importante é alinhar o estado dos principais órgãos da ONU com as realidades modernas, quero dizer, antes de tudo, a reforma do Conselho de Segurança, onde o Ocidente está representado de forma absolutamente desproporcional, de 15 membros, o chamado bilhão de ouro ocupa seis assentos, isso é desonesto, injusto. Por isso, vamos nos esforçar para ampliar a composição do Conselho de Segurança o mais rápido possível, incluindo nesta composição os países da Ásia, África e América Latina", disse o ministro.
O chanceler complementou sua declaração dizendo que "o tempo do domínio ocidental está acabando".
O discurso de Lavrov vai ao encontro das metas da chancelaria e presidência do Brasil, visto que tanto o Itamaraty quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem publicamente a expansão do organismo, e claro, uma cadeira para o país no órgão.
Durante o G7 em maio deste ano no Japão, o presidente afirmou que "sem reforma de seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes, a ONU não vai recuperar a eficácia, autoridade política e moral para lidar com os conflitos e dilemas do século XXI", conforme noticiado.
A coluna de Jamil Chade no UOL relembra que na operação de lobby feito pelo Brasil desde a década de 1990, o país tradicionalmente se aliou a um grupo formado por indianos, japoneses e alemães, para que também ganhem vagas permanentes no Conselho de Segurança.
Ainda que Lavrov não cite a candidatura brasileira, a esperança nos bastidores do Itamaraty é de que o país esteja em uma posição de "natural liderança" para ser o nome defendido pelos russos, afirma o jornalista.
Para o Kremlin, qualquer iniciativa de americanos e europeus de incluir mais um membro ocidental não seria aceito. "Isso não terá sucesso", afirmou Lavrov no briefing de hoje (30).