Líderes da União Europeia se comprometeram ontem (30) a reduzir a dependência do bloco europeu da China, debatendo como encontrar um equilíbrio entre "eliminar os riscos" e cooperar em áreas como a mudança climática.
"O que basicamente diz é [para] avaliar se dependemos excessivamente de alguma forma da China no comércio e como reduzir para que, se algo mudar drasticamente no mundo, não fiquemos de cabeça erguida", disse o primeiro-ministro da Letônia, Krisjanis Karins, sobre o assunto segundo a Reuters.
O premiê também afirmou que encontrar a forma certa para fazer o "equilíbrio" era "a questão de um milhão de euros".
Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou que o projeto para "diminuir o risco chinês" não é um projeto de curto prazo, "pois trata principalmente de decisões que precisam ser tomadas pelas empresas", acrescentando que as empresas e não os países devem "reduzir o risco de relações com a China".
"Trata-se de não colocar todos os ovos na mesma cesta [...] isso é o que elas [as empresas] estão fazendo agora, já começaram esse processo há muito tempo. Isso não depende em primeiro lugar do Estado, porque não dizemos a eles onde investir", afirmou.
Desde 2019, a União Europeia considera o país asiático um parceiro, concorrente e rival de sistema. A mídia diz que a "cautela" europeia com os chineses aumentou após os progressivos laços estreitos entre Pequim e Moscou.
"Vemos a China cada vez mais como um rival sistêmico", disse o primeiro-ministro da Estônia, Kaja Kallas.
Os líderes da UE buscaram em uma cúpula ontem (30) apresentar uma frente unida sobre o assunto, mas há diferenças entre países como a França e a Alemanha, com interesses comerciais consideráveis na China, e a Lituânia, na qual os chineses impuseram sanções.