Nesta sexta-feira (7), a Alemanha, através de seu Ministério das Relações Exteriores, se opôs ao envio de munições cluster para a Ucrânia pelos Estados Unidos.
A chanceler, Annalena Baerbock, afirmou que o país como um dos 111 Estados que fazem parte da Convenção sobre Munições Cluster (CCM, na sigla em inglês) é contra, segundo a Reuters.
Baerbock disse hoje (7) a repórteres em uma conferência sobre o clima em Viena: "Acompanho os relatos da mídia. Para nós, como Estado-parte, aplica-se o acordo de Oslo". A ministra se referia ao CCM, que foi aberto para assinatura na capital norueguesa em 2008. Ele proíbe o uso, armazenamento, produção e transferência de munições cluster.
A Casa Branca afirmou que o envio de munições cluster para a Ucrânia está "sob consideração ativa", mas não fez nenhum anúncio a fazer. Washington não faz parte da CCM.
Já a OTAN "lavou as mãos" diante de uma potencial crise entre seu principal membro, os Estados Unidos, e a mais rica nação europeia da aliança, a Alemanha. O líder da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, foi questionado nesta sexta-feira (7) sobre o envio da munição de fragmentação.
Em resposta, Stoltenberg afirmou que "a OTAN não tem uma posição sobre ela", pois alguns aliados se comprometeram a proibir seu uso e outros não. "Isso será para os governos decidirem, não para a OTAN decidir", complementou o secretário-geral citado pelo The Guardian.
Dos 31 países da OTAN, 25 são signatários do CCM, como Berlim. Mas EUA, Ucrânia e Rússia não fazem parte do tratado, o que os exime de qualquer punição internacional.
A organização internacional de direitos humanos, Human Rights Watch (HRW), também alertou os EUA contra o fornecimento de munições de fragmentação, que são proibidas em mais de 100 países devido ao grave risco que apresentam para as populações civis.