No entanto, mesmo com relacionamento amistoso com a liderança da UE, Lula pretende adotar uma postura mais dura com os europeus no âmbito do acordo com o Mercosul, segundo a CNN.
O presidente deve reafirmar no evento que o Brasil não aceita os termos da "side letter" — documento que complementa acordos — apresentada pelo bloco europeu durante as negociações para ratificação do acordo de livre comércio.
A mídia relata que o governo brasileiro repudia o que considera ser um tom de ameaça no documento e vai propor que a proteção do meio ambiente aconteça dentro de uma lógica de colaboração com os europeus. O Brasil está concluindo a resposta que dará à União Europeia e pretende circular o documento entre parceiros do Mercosul nos próximos dias.
Uma posição conjunta do Mercosul vai depender da velocidade de resposta da Argentina, Paraguai e, principalmente, do Uruguai, que mostra publicamente insatisfação com os rumos do bloco, escreve a mídia.
Em discurso na cúpula do Mercosul na última terça (4), Lula afirmou ser "inaceitável" a contraproposta da União Europeia feita em março deste ano. "Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções", disse.
Entretanto, Brasília não é a única a descordar de termos em acordos de livre comércio com o bloco europeu.
Na semana passada, a Austrália recuou em negociações com a UE uma vez que julga a proposta como "não suficientemente boa", uma vez que não permite grande entrada de produtos agrícolas australianos na Europa.
O protecionismo do mercado europeu é uma das questões que também impede o Mercosul de ratificar o acordo. Enquanto estava na França, Lula chegou a dizer que "quando chega a vez de os países em desenvolvimento competirem em igualdade de condições, os mais ricos viram protecionistas".
A cúpula entre a UE e a CELAC ocorrerá nos dias 17 e 18 de julho em Bruxelas.