Em uma declaração na tarde desta segunda-feira (10), o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, "concordou em encaminhar o protocolo de adesão da Suécia à Grande Assembleia Nacional o mais rápido possível e garantir a ratificação. Este é um passo histórico que torna todos os aliados da OTAN mais fortes e [a aliança] mais segura", afirmou.
Stoltenberg disse que a decisão foi o resultado de uma reunião que ele orquestrou entre Erdogan e o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, antes da cúpula da OTAN em Vilnius, na Lituânia, que deve começar amanhã (11).
O escritório de Stoltenberg disse que os acordos de segunda-feira se basearam no memorando trilateral assinado no ano passado em Madri e observou as medidas da Suécia para cumprir esse acordo, incluindo emendar sua constituição, encerrar seu apoio aos grupos militantes curdos YPG e PKK e cooperar com esforços de Ancara no combate ao terrorismo. A Turquia e a Suécia também concordaram em derrubar todas as barreiras econômicas remanescentes entre eles e trabalhar para intensificar a cooperação comercial e de investimento.
Em um comunicado nesta segunda-feira, a Casa Branca disse que o presidente dos EUA, Joe Biden, "recebeu bem" a notícia e "espera receber o primeiro-ministro Kristersson e a Suécia como nosso 32º aliado da OTAN".
O Estado escandinavo se inscreveu para ingressar na aliança da OTAN em maio de 2022, mas, embora cumprisse os rígidos padrões políticos e militares da aliança para adesão, vários membros retiveram seu apoio por outros motivos, bloqueando sua adesão à aliança militar, que requer aprovação unânime de todos os Estados-membros.
A Turquia exigiu que Estocolmo encerrasse seu apoio a grupos militantes curdos que Ancara considera uma organização terrorista, e debates dentro do governo húngaro sobre críticas feitas ao governo do primeiro-ministro, Viktor Orbán, por figuras políticas suecas impediram uma votação parlamentar.
Por várias décadas, a Suécia manteve a neutralidade nos impasses da Europa entre alianças militares, embora o país tenha mantido acordos de defesa com a OTAN e outros Estados escandinavos no caso de um ataque da então União Soviética ou de seus aliados do Pacto de Varsóvia. Essa neutralidade foi mantida mesmo depois que a URSS e o Pacto de Varsóvia foram dissolvidos no início dos anos 1990.
Depois que a Rússia lançou sua operação militar especial na Ucrânia em fevereiro de 2022, que foi desencadeada em parte pela ameaça de a Ucrânia ingressar na OTAN, Estocolmo e Helsinque enfrentaram — e eventualmente concordaram com — pressão para abandonar sua neutralidade e ingressar na aliança antirrussa ocidental.