"O interesse do Pentágono parece ser em se livrar de munições armazenadas, e essas bombas de fragmentação são honestamente difíceis de se livrar para [obter] lucro, já que muitas nações as proibiram", disse Kwiatkowski.
"De uma perspectiva industrial militar dos EUA, o resultado é que o Pentágono e seus empreiteiros vão começar a limpar o inventário antigo […] para projetar e vender novas armas mais lucrativas que servem a um propósito militar semelhante – para aterrorizar as populações e atrasar avanço militar."
Em termos do progresso do conflito e das perspectivas de paz, a tenente-coronel acrescentou que o uso de bombas de fragmentação, tal como as minas em geral, pode ser uma tática de campo de batalha que congela a área terrestre e as linhas de transporte e destrói o uso do território onde elas são colocadas ou usadas.
"O uso de bombas de fragmentação e a minagem de território parecem fazer parte de um último estágio da batalha terrestre tradicional, uma fase que facilita o estabelecimento de novas fronteiras e o fim da luta ativa", explicou Kwiatkowski.
Ela acrescentou que enquanto isso a Ucrânia, até agora, tinha mostrado um registro deplorável de coibição e a responsabilidade no uso de todos os outros sistemas de armas fornecidos pelos EUA e seus aliados e não havia razão para supor que mostraria mais responsabilidade ou cuidado no uso de munições de fragmentação.
"Esta decisão dos EUA e a aceitação flácida da Organização do Tratado do Atlântico Norte, contrária às políticas de muitos Estados-membros da OTAN, servem como o mais recente exemplo de extrema hipocrisia, e estão sendo observadas e entendidas justamente por isso por toda a Europa, bem como pelo resto do mundo", concluiu Kwiatkowski.
Os Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira (7) um novo pacote de assistência militar para a Ucrânia, o qual inclui munições cluster, também conhecidas como bombas de fragmentação, anunciou o Departamento de Defesa.