"O governo está trabalhando no processo para saber se o presidente russo, Vladimir Putin, virá pessoalmente à cúpula do BRICS e permitiremos que o governo lide com o assunto e o deixe nas mãos competentes do presidente [sul-africano, Cyril Ramaphosa]", disse Mbalula após a reunião do Comitê Executivo Nacional do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês).
Como país signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI), a África do Sul tem de cumprir a lei, disse o secretário-geral do ANC, referindo-se ao mandado de prisão do TPI contra Putin. Ele acrescentou, no entanto, que o governo "é capaz de lidar com o assunto e nós o deixamos em mãos competentes".
O BRICS reúne as maiores economias emergentes do mundo – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A África do Sul, que assumiu a presidência rotativa do BRICS em 2023, vai sediar a 15ª cúpula de líderes em agosto. Mas, ainda em março, uma polêmica surgiu em torno do evento depois que o TPI, do qual a África do Sul faz parte, emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo.
No início da semana, Ramaphosa disse que a cúpula do BRICS vai ser realizada pessoalmente. Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na sexta-feira (14) que o formato da cúpula do BRICS não havia sido totalmente decidido e que as discussões sobre o assunto ainda estavam em andamento.
Na quarta-feira (12), o vice-presidente sul-africano, Paul Mashatile, disse ao jornal local Mail & Guardian que Moscou recusou a proposta da África do Sul de enviar o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, à cúpula em vez de Putin. Mashatile também expressou a esperança de que a decisão sobre o assunto seja tomada antes da cúpula Rússia-África programada para ocorrer em São Petersburgo no final de julho.