A cúpula em Bruxelas da UE-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), viu a tentativa fracassada do bloco de perturbar a Rússia em meio à luta por influência em toda a região, disse uma agência de notícias dos EUA, citando fontes não identificadas.
Durante a cúpula de dois dias, encerrada na terça-feira (18), altos funcionários da UE tentaram cortejar seus colegas latino-americanos e caribenhos, em meio a uma apresentação de música clássica e um jantar de gala.
De acordo com as fontes, a reunião foi ofuscada por uma disputa diplomática sobre "como criticar a Rússia ou o presidente do país, Vladimir Putin", pela operação militar especial em andamento de Moscou na Ucrânia.
Eles alegaram que as autoridades da UE apontaram o dedo para Nicarágua, Cuba e Venezuela como os mais resistentes ao lobby do bloco por uma forte condenação da Rússia.
As fontes argumentaram que era impossível convencer Manágua, Havana e Caracas da suposta culpa da Rússia, insistindo que elas eram leais a Putin ostensivamente porque seu apoio permitia que seus líderes permanecessem no poder.
Os insiders também afirmaram que as autoridades da UE ficaram desapontadas com a relutância do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em aceitar qualquer linguagem dura sobre a Rússia quando se trata de sua operação militar especial na Ucrânia.
A agência de notícias observou nesse sentido que "a disputa destacou o desafio mais amplo que a UE e seus parceiros do Grupo dos Sete [G7] enfrentam para colocar os países latino-americanos de seu lado, quando o [grupo] BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — estão ganhando influência".
Isso ocorre depois que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse à Sputnik na segunda-feira (17) que o país está interessado em usar moedas nacionais em pagamentos mútuos com seus principais parceiros comerciais e está trabalhando no estabelecimento de mecanismos relevantes, semelhantes ao que já existe com a Argentina.
No final de maio, o presidente Lula disse que gostaria de ver uma moeda comum ser introduzida no comércio para os países-membros do BRICS para que o Brasil não precisasse usar dólares americanos no comércio exterior.
Com a cúpula do BRICS deste ano marcada para agosto na África do Sul, a ministra das Relações Exteriores do país, Naledi Pandor, disse anteriormente a repórteres que o interesse mundial no grupo era "enorme" e que ela tinha 12 cartas de países interessados em sua mesa.
"A Arábia Saudita é uma delas", disse ela, citando também Emirados Árabes Unidos, Egito, Argélia e Argentina.