O "esforço principal" dos EUA e de seus aliados para a Ucrânia está atualmente mudando de postura ao evitar fornecer equipamento militar para "consertá-lo e sustentá-lo", informou um meio de comunicação norte-americano.
A agência citou o chefe de aquisição e manutenção do Pentágono, William LaPlante, dizendo que o Departamento de Defesa dos EUA (DoD) está agora em processo de implantação de instalações de reparo na Europa.
A agência observou que "embora o grupo de trabalho de sustentação tenha feito progressos, as realidades da política nacional e da burocracia do governo também têm uma palavra a dizer".
O jornal mencionou um plano mal-executado de Berlim e Varsóvia para criar um centro de reparo conjunto na Polônia para os tanques Leopard 2 ucranianos. O plano supostamente desmoronou devido a divergências sobre o custo do trabalho, "deixando alguns tanques danificados sem uso enquanto aguardam reparo".
Falando sobre o impasse ucraniano do que fazer com o equipamento danificado, a Sputnik ouviu o ex-analista sênior de política de segurança do Gabinete do Secretário de Defesa dos EUA, Michael Maloof.
Segundo ele, o problema reflete um "problema mais óbvio" de que os EUA estão "com poucos equipamentos novos para chegar ao destino".
Para o especialista, tentar criar estações de reparo para equipamento danificado vai criar outros problemas como custos mais altos para disponibilização de peças para reparo, questões muito difíceis já que "a Ucrânia depende quase inteiramente de diferentes tipos de equipamentos de diferentes países que chegam ao país".
Maloof lembrou que "já existem divergências na manutenção de alguns equipamentos, inclusive tanques Leopard de fabricação alemã", algo que está sendo acordado pelos parceiros ocidentais de Kiev no sentido de buscar por fontes alternativas para este fim.
Para Maloof, o pesadelo logístico que se apresenta para as forças de Kiev atinge diretamente os EUA, que já estão "a correr pelo mundo a tentar encontrar equipamento disponível ou algum deste equipamento que tenha sido enviado para a Ucrânia", algo que precisa ser feito sem pôr em causa a prontidão de seus aliados.
"A Marinha [dos EUA] já está sentindo o aperto com alguns de seus tipos de equipamentos que teve que enviar para a Ucrânia. Portanto, há consequências para cada decisão tomada. E tudo isso tem que ser pesado com muito cuidado. E neste momento, não parece ser o fim", concluiu.
Recentemente, um jornal dos EUA citou autoridades norte-americanas e europeias anônimas que disseram que nas duas primeiras semanas da contraofensiva da Ucrânia, até 20% das armas que Kiev enviou ao campo de batalha foram destruídas ou danificadas, incluindo tanques e veículos blindados que os ucranianos planejavam usar no avanço sobre as posições russas.
De acordo com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, desde o início da contraofensiva da Ucrânia, a Rússia destruiu 21 aeronaves ucranianas, seis helicópteros, cerca de 1.244 tanques, 914 peças de veículos especiais, dois sistemas de defesa aérea e 25 veículos com sistema de lançamento múltiplo de foguetes (MLRS). Para além disso, em todas as direções da contraofensiva, Kiev perdeu cerca de 26.000 militares.
Os EUA e seus aliados aumentaram seus suprimentos militares para Kiev logo após a Rússia lançar sua operação militar especial na Ucrânia. Moscou alertou repetidamente os países que enviam armas para a Ucrânia que vê esses carregamentos militares como alvos legítimos. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov chegou a enfatizar, por sua vez, que os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) armar e treinar ucranianos equivale a um envolvimento direto no conflito.