Panorama internacional

Sem consenso internamente, Japão se alinha às restrições de chips dos EUA à China, diz mídia

A imposição de controles de exportação de ferramentas de fabricação de chips pelo Japão para se alinhar a política dos EUA que restringe a capacidade da China de produzir semicondutores avançados está preocupando algumas autoridades em Tóquio, que acreditam que a abordagem dos EUA pode prejudicar a coordenação e provocar Pequim desnecessariamente.
Sputnik
De acordo com a Reuters, o Japão está restringindo 23 tipos de equipamentos, desde máquinas que depositam filmes em pastilhas de silício até aparelhos que gravam circuitos microscópicos de chips que poderiam ter uso militar.
Em outubro, os EUA fizeram referência à China 20 vezes em seu anúncio visando empresas chinesas, o Japão escolheu amplos controles de equipamentos sem especificar o gigante asiático.
O ministro do Comércio e Indústria do Japão, Nishimura Yasutoshi, disse a repórteres ao anunciar a medida em março que a China era apenas um dos 160 países e regiões que estariam sujeitos a controles e que as regras do Japão não deveriam seguir as dos EUA.
Tóquio e Washington compartilham preocupações sobre a pressão da China por tecnologias avançadas e, em maio, concordaram com aliados do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) sobre "reduzir o risco" da potencial coerção econômica chinesa.
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No entanto, diferenças nos controles de equipamentos de fabricação de chips podem testar essa unidade, já que qualquer um deles pode obter uma vantagem competitiva sobre o outro ao permitir exportações que o outro bloqueou, afirma a mídia.
O Japão não está aplicando um padrão dos EUA de presunção de negação e deve permitir as exportações sempre que possível, disse um funcionário do governo japonês sem revelar sua identidade à Reuters.
Tóquio, Amsterdã e Washington indicaram que gostariam de adicionar ferramentas de chip a uma lista de armas, bens de uso duplo e tecnologias controladas pelas 42 nações que fazem parte do Acordo de Wassenaar estabelecido após a Guerra Fria, mas obter um apoio unânime na questão é uma tarefa quase impossível. Desta forma, a tendência é que EUA e Países Baixos se associem para exercer um maior controle esperando que outros Estados possam aderir à sua iniciativa.
Enquanto isso, é esperado que o presidente dos EUA, Joe Biden, atualize suas regras de outubro, em parte para se alinhar com a lista de ferramentas japonesa que é mais ampla.
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