"Os países da OTAN, de fato, apenas enviam seus equipamentos mais antigos para a Ucrânia e aproveitam para reabastecer o armamento de seus exércitos com equipamentos de novas gerações. Os exemplos não faltam: os poloneses, que são os mais comprometidos ao lado da Ucrânia, a ponto de falarem eles mesmos em entrar no oeste da Ucrânia, forneceram [ainda] muito cedo todos os seus tanques da era soviética aos ucranianos e acabam de receber para o Exército polonês um primeiro contingente de tanques Abrams americanos, novos e fabricados para eles", disse Henrot.
"O pior é provavelmente a entrega pela França de veículos blindados de infantaria [VAB, na sigla em francês], em uma versão de quatro rodas, que invariavelmente atola na lama do outono. Entrando em serviço em 1979, provou ser um caixão rolante para a infantaria ucraniana no ano passado", explicou o especialista.
"É como se os parceiros da OTAN estivessem se desfazendo de suas armas obsoletas, já desativadas", disse o ex-oficial.
"Onde os americanos forneceram armas adequadas e eficazes, foi com os 2.000 Stingers antiaéreos portáteis entregues ou com as 10.000 armas antiblindagens Javelin fornecidas; armas formidáveis nas mãos de soldados de infantaria."
"Os países da OTAN não conseguem acompanhar a produção de munição para artilharia e até para armas pequenas. Novamente, a variedade de calibres é muito grande; é uma dor de cabeça, mas acima de tudo, não há cadeias produtivas suficientes e os industriais relutam em lançar unidades de produção para um esforço que pode parar rapidamente, e eles não receberam um contrato firme de longo prazo dos governos ocidentais", explicou o especialista.