Panorama internacional

Alemanha emite alerta sobre aumento de espionagem da China; chefe da Bosch pede 'menos preocupação'

Órgão de contraespionagem alemã alertou funcionários públicos e formuladores de políticas de que a China tem aumentado sua atividade de espionagem no país. Entretanto, chefe da maior fornecedora de autopeças da Europa acha preocupação excessiva.
Sputnik
De acordo com uma notificação emitida na sexta-feira (28) pelo Bundesamt für Verfassungsschutz (Escritório Federal para a Proteção da Constituição, na tradução), a liderança chinesa intensificou significativamente seus esforços para obter informações de inteligência nos últimos anos e "construiu uma rede mundial de contatos e está constantemente se esforçando para expandi-la".
A entidade também disse que o Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China (IDCPC, na sigla em inglês) desempenhou um papel central nas ações de espionagem e pediu às autoridades alemãs que fiquem vigilantes em suas interações com seus representantes.
"Tenha cautela e moderação especiais" ao entrar em contato com o IDCPC ou seus membros, disse a nota, enfatizando que deve-se evitar qualquer ação que possa ser interpretada como cooperação com um serviço secreto estrangeiro sob a lei alemã.
O governo de Olaf Scholz está tentando reduzir a dependência do país de Pequim como um importante parceiro comercial e está pressionando as maiores empresas da Alemanha a garantirem que seus riscos na China sejam administráveis ​​como parte de esforços mais amplos para restabelecer as relações com o governo chinês.
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Mais competitividade menos preocupação

Ao mesmo tempo, o chefe da alemã Bosch, Stefan Hartung, pediu aos governos europeus que gastem mais tempo melhorando a competitividade da União Europeia, em vez de se concentrar nos riscos que as empresas enfrentam ao fazer negócios na China, segundo o The Financial Times.
"Em várias áreas, você encontra barreiras entre países e relações de importação e exportação que […] às vezes são piores do que [ao fazer negócios] fora da Europa", acrescentou.
Segundo a mídia, ao ser questionado sobre a "redução de riscos" da China, Hartung respondeu: "O que estamos fazendo pelo mercado unificado da Europa? Isso não tem sido muito discutido ultimamente".
Para ele, "reduzir o risco não é realmente um ótimo termo, porque parece muito fácil" e que "você não pode reduzir o risco isolando-se".
Em sua visão, os governos devem buscar melhorias no mercado único "se nós, como europeus, queremos ser competitivos".
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O apelo de Hartung para que os governos e Bruxelas resolvam as próprias falhas do bloco ocorre quando o número de execuções contra violações das regras do mercado interno – criadas para garantir a livre circulação de bens, capitais, serviços e pessoas – caiu entre 2020 e 2022.
Falha na adesão às regras pode levar os Estados-membros a adotarem padrões diferentes que impedem os negócios transfronteiriços, diz o jornal.
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