Panorama internacional

Mídia explica verdadeira razão pela qual a China poderia não integrar acordo comercial do Pacífico

O Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica é a nova versão de um acordo comercial anterior, que foi abandonado pelos EUA em 2017.
Sputnik
Os principais obstáculos para a entrada da China no Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP, na sigla em inglês) são políticos, escreve na segunda-feira (31) a agência britânica Reuters.
Em julho, o Reino Unido aderiu ao pacto dois anos após a primeira candidatura, abrindo o caminho para a entrada de candidatos como a China, a Costa Rica, o Equador, Taiwan, a Ucrânia e o Uruguai.
No entanto, o atual pacto é uma evolução do Tratado de Parceria Trans-Pacífico Abrangente e Progressivo (TPP-11, na sigla em inglês), originalmente criado para excluir a China. Sua assinatura pelos EUA foi torpedeada em 2017 pelo então recém-eleito presidente Donald Trump, o que impediu sua entrada em funcionamento.
Desde então, ele foi recriado como CPTPP, mas os EUA também ainda não mostraram vontade de integrar, enquanto a China se expressou a favor.
A China pode cumprir os exigentes requisitos de ingresso, forçando os membros a tomar uma decisão politicamente desconfortável sobre se deixarão Pequim aderir a um acordo criado para combater sua crescente influência.
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A ausência da maior economia do mundo incentiva o país asiático a ingressar, pois "o motivo oculto" de Pequim é "derrotar o esquema dos EUA de usar o CPTPP como forma de conter a China", opinou Henry Gao, professor de direito da Universidade de Administração de Cingapura, à Reuters.
A China tem também mostrado alguma vontade de efetuar reformas, em linha com os padrões do acordo comercial, apesar de a Reuters referir várias preocupações, como a forte influência e apoio às empresas estatais, e o suposto roubo de direitos de autor de empresas ocidentais.
Quando perguntado se havia um prazo para a análise dos próximos pedidos, o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Damien O'Connor, país anfitrião da CPTPP, respondeu que "não".
Segundo a mídia britânica, todos os Estados-membros do CPTPP têm de acordar a aprovação de um membro. A Austrália, por exemplo, disse que não apoiaria o pedido da China enquanto Pequim continuar a bloquear a importação de produtos australianos, incluindo vinho e cevada. Além disso, ela, o Canadá, EUA, Japão e a Nova Zelândia emitiram em junho uma declaração conjunta que condena a "coerção econômica", em uma alusão ao alegado comportamento da China.
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