Agora, as autoridades americanas dizem que as sanções afetarão a Rússia a longo prazo, embora os especialistas notem que a reorientação da Rússia para a Ásia foi, pelo contrário, benéfica para ela.
"Mas o fracasso do Ocidente em colocar rapidamente a economia russa de joelhos por sua invasão da Ucrânia reflete um impasse maior no campo de batalha, apesar de uma série de ajuda letal ocidental a Kiev e apoio econômico à causa ucraniana", observa-se na publicação.
O jornal também aponta que, a princípio, a Rússia enfrentou problemas com a importação de microchips, mas Moscou conseguiu resolvê-los e pode atacar diariamente com armas de alta precisão.
Além disso, apesar das restrições à compra de petróleo russo, ela continua a vender, a produção de hidrocarbonetos diminuiu apenas ligeiramente, reconheceram os EUA.
Assim, os especialistas acreditam que a estabilidade da economia russa está relacionada às infusões estatais significativas, ao desenvolvimento do complexo industrial-militar, bem como à reorientação do comércio exterior para os parceiros orientais, em particular a Índia e a China.
Por sua vez, o professor americano Nicholas Mulder adverte que as sanções contra a Rússia podem ser um conto de advertência: o tamanho da Rússia não permite que ela seja cortada da economia mundial.
"[Rússia] continua a ser uma importante fonte de matérias-primas para as economias avançadas, enquanto para o mundo em desenvolvimento é um fornecedor crucial de alimentos e fertilizantes", disse o professor.
Além disso, uma rápida mudança de Moscou para a Ásia poderia ser benéfica para a própria Rússia. Portanto, segundo ele, é impossível destruir a economia russa sem a cooperação da Ásia.
"A Rússia de fato se atrelou à região que mais cresce no mundo", disse Mulder, observando que três quartos do crescimento econômico global este ano serão na Ásia.
As nações ocidentais impuseram numerosas sanções à Rússia e têm fornecido armas à Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que qualquer carga que contenha armamento para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.