Panorama internacional

Analista: Ocidente tenta semear discórdia no BRICS, já que o grupo ameaça sua hegemonia

O Brasil e a Índia refutaram firmemente as alegações que surgiram recentemente na grande mídia que os dois países se opõem à expansão do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Sputnik
Poucas horas após a mídia dos EUA afirmar que o Brasil é contra a expansão dos membros do BRICS, citando alguns diplomatas brasileiros não identificados como dizendo que tal expansão poderia diminuir a influência dos membros existentes, o presidente Lula disse prontamente aos jornalistas que o país apoia a adesão de mais países ao BRICS.
Por sua vez, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Arindam Bagchi, ressaltou que as alegações sobre o seu país ser contra a expansão do grupo também são falsas.
"Temos visto algumas especulações infundadas [...] que a Índia tem reservas contra a expansão [do BRICS]. Isso simplesmente não é verdade", disse ele.
Comentando esta situação, o analista de relações exteriores, jornalista e comentarista baseado em Londres Adriel Kasonta comentou à Sputnik que essas alegações refutadas parecem ser uma tentativa do Ocidente de semear discórdia entre os membros do BRICS.
"Penso que a Índia é percebida pelo Ocidente como o elo mais fraco dentro desse grupo, porque, em particular, a Índia está em uma competição aberta com a China quando se trata de dominação na Ásia", sugeriu ele. Kasonta observou que muitos especialistas e analistas ocidentais, inclusive no Reino Unido, tentam retratar a Índia como o país que pode ser influenciado de alguma forma para o lado ocidental.
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O especialista opinou também que o Ocidente pode estar buscando "criar uma situação em que uma certa decisão não seja tomada" na próxima cúpula do BRICS que deverá ocorrer no final deste mês em Joanesburgo.

"Portanto, não se trata de desacordo, porque o BRICS já assumiu um compromisso e uma decisão de avançar com a adição de novos membros não apenas durante esta cúpula, mas no futuro próximo", acrescentou. "Mas é mais sobre as tentativas ocidentais de tentar destruir o agrupamento que representa uma séria ameaça, ou eu diria uma preocupação para a hegemonia ocidental a fim de manter essa hegemonia no futuro."

Em relação aos motivos prováveis das potências ocidentais, Kasonta disse que o BRICS atualmente se destaca como um "concorrente sério" não apenas para a hegemonia dos EUA, mas "para a hegemonia ocidental e o imperialismo ocidental".
De acordo com Kasonta, o "derradeiro objetivo" do BRICS é "ser o marco final no longo esforço dos líderes do Sul Global como [o líder da independência de Gana] Kwame Nkrumah [...] para romper com o neocolonialismo".
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