De acordo com o Global Times (GT), Washington deve querer usar seus laços econômicos com Hanói para conter a China, colocando em risco a estabilidade e a paz regionais.
"Vou para o Vietnã em breve. O Vietnã quer mudar nosso relacionamento e se tornar um parceiro", disse Biden na noite de terça-feira (8) em uma arrecadação de fundos democrata em Albuquerque, Novo México, informou a Bloomberg.
Segundo a Bloomberg, Biden havia dito que o líder do Vietnã queria encontrá-lo à margem da cúpula do G20, que vai ser realizada na Índia em setembro.
Diversos altos funcionários norte-americanos já visitaram o país, incluindo a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen.
Alguns observadores chineses acreditam que o presidente dos EUA provavelmente vai iniciar sua primeira visita oficial ao país asiático após a reunião de 18 de agosto em Camp David, com os líderes da Coreia do Sul e do Japão.
De acordo com a mídia Vietnam Plus, dados oficiais mostram que, em 2022, a China foi o maior parceiro comercial do Vietnã, com um volume total de comércio bilateral de US$ 175,57 bilhões (cerca de R$ 856 bilhões), seguida pelos EUA com volume total de US$ 123,86 bilhões (aproximadamente R$ 606,7 bilhões) em trocas.
Para o reitor do Instituto de Pesquisa da ASEAN da Universidade Hainan Tropical Ocean, Gu Xiaosong, durante a potencial visita, Biden deve se reunir com os líderes da nação asiática e falar sobre o fortalecimento da cooperação bilateral no comércio e o aumento do investimento dos EUA no Vietnã, especialmente em defesa e segurança nacional.
O USS Ronald Reagan, um porta-aviões movido a energia nuclear dos EUA, chegou à cidade vietnamita de Da Nang em junho, a terceira visita de um porta-aviões dos EUA ao Vietnã desde o fim da Guerra do Vietnã. Segundo a mídia chinesa, a presença do porta-aviões dos EUA no mar do Sul da China mostrava a influência norte-americana na região e o desejo de Washington de fortalecer as relações militares com Hanói.
De acordo com Gu, os EUA, ao impulsionarem seus laços militares com os membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), incluindo as Filipinas e o Vietnã, estão arrastando os países asiáticos para a competição entre a China e os EUA e tornando-os peões sob sua estratégia anti-China. No entanto, o observador acredita que o Vietnã deve continuar em sua busca pelo equilíbrio entre Pequim e Washington.
Embora os EUA e o Vietnã tenham se aproximado nos últimos anos, o mal-estar entre os EUA e o Vietnã sobre a questão histórica da Guerra do Vietnã ainda não foi completamente resolvido, aponta a mídia.