Como observa a publicação espanhola, a situação com os F-16 e Abrams não é uma exceção, mas sim a regra. Uma coisa é quando os governos declaram que vão transferir determinadas armas para Kiev. Outra é executar esses suprimentos. Depois vem a terceira fase: o fornecimento de apoio logístico, suprimentos e pessoal.
"É bem possível que até os primeiros tanques [americanos] chegarem à frente a atual ofensiva de Kiev esteja terminada devido à falta de munição de artilharia. Na verdade, a ofensiva deveria ter sido concluída há um mês, quando a Ucrânia começou a ficar sem as munições produzidas pela Coreia do Sul e transferidas por este país para os EUA, e os EUA então as enviaram para a Ucrânia", relembra a publicação.
Segundo pessoas próximas ao governo de Kiev, a importância desses projéteis foi tal que os ucranianos chamaram as operações que começaram em julho de "ofensiva coreana".
Kiev pôde continuar suas tentativas de realizar a ofensiva devido ao fato de que os Estados Unidos decidiram em julho enviar 160 mil munições de fragmentação, mas, de acordo com a publicação, elas durarão apenas algumas semanas.
O atraso no envio dos tanques Abrams é impressionante, dado que Washington tem 3.700 tanques desse tipo parados no deserto da Califórnia, já que o Exército dos EUA não precisa deles. No entanto, esses tanques continuam a ser produzidos para salvar empregos em Ohio, já que tradicionalmente este estado desempenha um papel crucial nas eleições.
O artigo também menciona, entre outras coisas, bombas de pequeno diâmetro lançadas do solo GLSDB, que foram prometidas por Washington em fevereiro, mas chegarão à Ucrânia só em outubro. O alcance das GLSDB é quase o dobro do alcance dos Himars, observa-se no artigo.
Além disso, nota-se que a necessidade das GLSDB é devida ao fato de que os projéteis Himars "tornam-se cada vez menos eficazes à medida que a Rússia distribui mais as suas tropas e desenvolve sistemas de guerra eletrônica que confundem estes foguetes".