Em nota divulgada neste domingo (13), Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse estar sendo "alvo de mentiras" e negou participar do esquema de venda de joias investigado pela Polícia Federal.
Wassef afirmou em nota que não participou de nenhuma tratativa nem auxiliou a venda de nenhuma joia de forma direta ou indireta, classificando o caso como "total armação". Ele também disse que está sofrendo uma "campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto", segundo o UOL.
De acordo com o advogado, ele só tomou conhecimento das joias em 2023 pela imprensa e que, na ocasião, Bolsonaro o autorizou a dar entrevistas sobre o assunto.
Wassef é apontado pela PF como o responsável pela reaquisição de um relógio Rolex desviado e vendido nos Estados Unidos por auxiliares do ex-presidente. De acordo com o órgão, Wassef foi escalado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, para uma "operação resgate" de um kit de joias feito com ouro branco.
O papel do advogado teria sido recomprar um Rolex que foi vendido por Cid em junho de 2022. O temor dos auxiliares do ex-presidente era eventual decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) para devolver o objeto, relata a mídia.
Apesar da nota publicada hoje (13), o texto de Wassef não aborda a participação do advogado no "resgate" da peça, aponta a mídia.
A investigação sobre as joias e presentes dados por autoridades de outros países a Jair Bolsonaro aponta as digitais do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal.
A operação deflagrada pela PF na sexta-feira (11), batizada de Lucas 12:2, dá início à reta final das apurações que podem resultar na acusação de Bolsonaro como líder de uma organização criminosa, segundo a Folha de São Paulo.
Por sua vez, interlocutores do ex-presidente ouvidos pela mídia, veem no episódio uma "trapalhada", mas atribuem a culpa a Mauro Cid, dizendo especialmente que, no final do mandato, ele acumulou poderes e afastou aliados que desaconselhariam Bolsonaro a vender os presentes, escreve a mídia.
A defesa do ex-mandatário levou 12 horas para responder uma nota sobre a operação, e nela afirmava que Bolsonaro "voluntariamente" pediu ao TCU em março deste ano a entrega de joias recebidas "até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito".
O caso das joias já gera pressão no Congresso contra o ex-presidente, como o pedido de deputados à PF e o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a apreensão de passaporte do ex-mandatário e de sua esposa, Michelle Bolsonaro.
Aliados do ex-presidente rechaçam a possibilidade dele ser apontado como "líder" de organização criminosa dizendo que é preciso ainda aguardar o fim das apurações, mas reconhecem que o cenário, desta vez, é diferente de quando a operação era sobre cartão de vacina ou golpe, relata a Folha.