Recentemente, Biden assinou uma ordem executiva restringindo as empresas americanas do investimento nas capacidades e tecnologias de inteligência artificial (IA) da China, incluindo semicondutores e computação quântica.
O ex-coronel do Exército dos EUA Earl Rasmussen descreveu a nova política americana como um "suicídio econômico acelerado".
"Enquanto as decisões visam limitar o crescimento chinês, elas vão impactar as grandes economias americana e europeia. Estima-se que 70.000 empresas dos EUA possam ser impactadas", afirmou à Sputnik.
Anteriormente, Biden baniu os chips chineses, ação que pode fazer com que as empresas americanas percam mais de US$ 80 bilhões (R$ 397 bilhões).
O ex-coronel destacou que as medidas para os supostos desacoplamentos da China resultarão em impactos mais adversos aos EUA e à Europa do que à China.
"A Europa já está sofrendo por seguir o líder EUA nas sanções direcionadas à Rússia, combinar isso [com] desacoplar da China, e nós vamos ver somente uma espiral de morte econômica", observou.
Por sua vez, Ivan Eland, diretor do Instituto Independente do Centro para Paz e Liberdade, disse à Sputnik acreditar que a tentativa de impedir as capacidades chinesas limitará o fluxo livre de informações, o que poderia reduzir a inovação dos EUA, sem mencionar a possibilidade de uma retaliação por parte dos chineses.
"Eles [os chineses] também podem responder com outros acordos comerciais, econômicos e de investimentos onde possam, atingindo mais uma vez as empresas americanas", ressaltou.
Mesmo com as tentativas "desenfreadas" dos EUA e seus aliados de atingirem o crescimento chinês, um relatório do Centro para Segurança e Tecnologia Emergente dos EUA indicou que os investidores chineses permanecem dominantes nas empresas de IA do país.
"Entre 2015 e 2021, pelo menos 71% do valor de transação e 92% das transações de investimento se originaram dos investidores chineses. Portanto, há grandes dúvidas de que as novas restrições tenham quaisquer impactos mais sérios", afirmou Earl Rasmussen.
Além disso, mesmo com todas as restrições, a China permanece sendo um fabricante global de motores, e continuará sua parceria com o Sul Global, para garantir o desenvolvimento econômico e a expansão no mercado global.
Apesar dos desafios em meio às tentativas americanas de conter as indústrias chinesas, Pequim segue apoiando o crescimento do setor tecnológico, transformando o "ataque" do governo Biden em oportunidade para o mercado nacional e autossuficiência.
Espera-se que o mercado nacional de semicondutores da China fature US$ 8,3 bilhões (R$ 40,6 bilhões) até 2025.
Em 2022, a administração norte-americana de Joe Biden promoveu o investimento em semicondutores nos EUA através da Lei CHIPS e Ciência de 2022, e também começou a restringir em massa a exportação de semicondutores para a China.
Washington vê Pequim como sua principal competidora e declarou repetidamente que pretende conter o gigante asiático. Em resposta, nos últimos meses a China restringiu a exportação de minerais de terras raras, usados na fabricação de semicondutores.