Cúpula do BRICS 2023

Analista: paz mundial, nova globalização e Brasil como potência regional marcam 'nova era' do BRICS

A cúpula do BRICS ocorrerá em um momento em que os países como Rússia e China impulsionam a nível mundial uma nova ordem baseada no multilateralismo, livre da hegemonia econômica, militar e política ditada por Washington.
Sputnik
A 15ª Cúpula do BRICS será realizada entre os dias 22 e 24 de agosto em Joanesburgo, na África do Sul.
"A cúpula de Joanesburgo é significativa e importante para três propósitos: primeiro, o de contribuir para a paz mundial; segundo, o de projetar uma das bases econômicas de uma nova globalização; e terceiro, o de começar a construir uma proposta distinta de multilateralismo, que leva em conta os países não por suas condições econômicas, mas por sua identidade política", afirmou à Sputnik o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, que governou de 1994 a 1998.
Para Samper, o movimento de países não alinhados e outras alianças estratégicas, como o BRICS, que estão fora da bipolaridade ou da bipolarização, "são muito importantes para a paz mundial e para começar a construção de uma alternativa ao processo frente ao fenômeno da desglobalização".
"Devido à polarização causada pela hostilidade dos EUA contra países como a China e Rússia, que considera inimigos, é mais do que necessário apostar em uma maior cooperação global", advertiu.
Ele também destacou que o Sul Global vem sendo vítima de práticas colonialistas das grandes potências e dos países alienados às políticas imperialistas estabelecidas pelos EUA e nações do G7.
Espera-se que durante a cúpula sejam debatidas questões globais dedicadas à geopolítica, segurança, finanças e economia.
Para os analistas, a expansão do BRICS, a criação de uma moeda comum e os planos para o revitalizado Novo Banco de Desenvolvimento estarão na pauta.
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O chefe do Departamento de Energia da Fundação Instituto de Energia e Finanças e especialista do Comitê Nacional Russo de Pesquisa, Aleksei Gromov, afirmou à Sputnik que o mais importante "não é a quantidade de países, mas garantir a sustentabilidade da associação e união dos membros nas principais questões da agenda do BRICS".
Por sua vez, o analista do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica Aníbal García, falando sobre a segurança alimentar do bloco, destacou o papel da Rússia, da China e do Brasil.
"O Brasil é uma potência regional no setor agrícola, o que pode contribuir para que o BRICS possa ter uma maior participação e relevância no setor. Além disso, há os fertilizantes no processo, com a Rússia sendo um ator fundamental", destacou.
Ele também destacou os acordos entre Brasil e China no setor agrícola, que preveem a construção de uma reserva de sementes.
Pela sua dimensão e capacidade de abordar diversos temas atuais, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper acredita que o BRICS possa assumir os chamados novos temas da agenda mundial, que envolvem a soberania alimentar, mudança climática e inteligência artificial, entre outros.
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