Cúpula do BRICS 2023

Lula dá o pontapé inicial da participação brasileira na Cúpula do BRICS: saiba o que vem a seguir

A chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Cúpula do BRICS da África do Sul marca o início da extensa participação brasileira no evento. Saiba quais as autoridades presentes, os principais temas e o que esperar desse encontro histórico do grupo.
Sputnik
Nesta segunda-feira (21), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarcou em Joanesburgo, na África do Sul, para participar da 15ª Cúpula do BRICS, celebrada entre os dias 22 e 24 de agosto.
Na pauta do presidente brasileiro estão temas como o conflito ucraniano, desigualdade social, mudança do clima e adesão de novos países à família BRICS.
O presidente veio acompanhado da presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Anielle Francisco da Silva (Igualdade Racial) e do assessor especial Celso Amorim.
A presença da presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff, aponta para a ênfase no debate acerca do desenvolvimento econômico e financeiro dos países do grupo.

"O BRICS foi concebido para promover o crescimento econômico e a prosperidade dos países participantes, e o caminho mais curto para isso é o crescimento dos laços comerciais e econômicos", disse o especialista do Comitê Nacional Russo de Pesquisa do BRICS, Aleksei Gromov, à Sputnik Brasil.

"No entanto, em um ambiente onde todas as operações comerciais são realizadas usando a infraestrutura financeira ocidental, tais vínculos estão sujeitos ao risco de influências externas, como já demonstrou a experiência das sanções ocidentais contra a Rússia."
Nesse contexto, o especialista acredita que "a prioridade do BRICS deve ser o desenvolvimento de forma independente dos instrumentos de comércio ocidentais".

"Isso inclui os centros de comércio e energia do BRICS, a bolsa do BRICS ou plataforma de comércio eletrônico, o tribunal de arbitragem do BRICS para resolver disputas comerciais e, no futuro, sua própria moeda (possivelmente digital) para conduzir transações comerciais dentro dos países da associação", explicou Gromov.

A agenda de Lula na África do Sul será agitada. Nesta terça-feira (22), o presidente participará do Fórum Empresarial do BRICS. O Brasil conta com uma delegação de 26 empresários dos mais diversos setores, como o bancário, de máquinas e engenharia e agropecuário e representantes da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
O primeiro contato entre os chefes de Estado deverá ocorrer no dia 22 de agosto, em um retiro no subúrbio de Joanesburgo. Posteriormente, os líderes terão encontros com a imprensa e com líderes de países convidados, com destaque para o formato Diálogo BRICS-África, previsto para o dia 24 de agosto.
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Em entrevista à mídia sul-africana divulgada neste domingo (20), o presidente brasileiro lamentou a ausência presencial de seu homólogo russo, Vladimir Putin, que participará das negociações de forma virtual. Nas demais atividades da 15ª Cúpula, o chefe de Estado russo será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
"O ministro Lavrov é um diplomata muito importante e experiente, mas seria muito importante contar com a presença da Rússia com o seu presidente nessa reunião. Nós iremos discutir assuntos globais relevantes, como a paz e a luta contra a desigualdade, e eu gostaria muito de poder discuti-los pessoalmente com o presidente Putin", disse Lula ao Sunday Times.
Apesar dos percalços, as atividades da Cúpula de Chefes de Estado do BRICS devem ser ainda mais intensas nessa edição, dada a ampla participação de países convidados no evento. A África do Sul, que ocupa a presidência temporária do grupo, estendeu o convite a delegações de cerca de 60 países do Sul Global. A representatividade global desta Cúpula é considerada um prenúncio para a possível adesão de novos países ao grupo.
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"O desejo de um número tão grande de países de aderirem ao BRICS – cerca de 23 países já se candidataram para unirem-se ao bloco – mostra a real eficácia e sucesso desta associação, antes de tudo, econômica de países", disse Gromov à Sputnik Brasil.

"A expansão do BRICS é bem-vinda, mas é necessário abordar esse processo com responsabilidade, para não reduzir a eficácia dos contatos entre os membros. O mais importante não é aceitar o maior número possível de países em sua composição, mas garantir a estabilidade da associação e a unidade dos países participantes."

A Sputnik Brasil está presente na África do Sul para manter seus leitores informados sobre os principais acontecimentos deste encontro histórico, que poderá selar a expansão definitiva do BRICS, em um momento geopolítico que demanda reformas estruturais da governança global.
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