Nesta segunda-feira (21), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarcou em Joanesburgo, na África do Sul, para participar da 15ª Cúpula do BRICS, celebrada entre os dias 22 e 24 de agosto.
Na pauta do presidente brasileiro estão temas como o conflito ucraniano, desigualdade social, mudança do clima e adesão de novos países à família BRICS.
O presidente veio acompanhado da presidente do
Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS,
Dilma Rousseff, dos ministros
Mauro Vieira (Relações Exteriores),
Fernando Haddad (Fazenda),
Anielle Francisco da Silva (Igualdade Racial) e do assessor especial
Celso Amorim.
A presença da presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff, aponta para a ênfase no debate acerca do desenvolvimento econômico e financeiro dos países do grupo.
"No entanto, em um ambiente onde todas as operações comerciais são realizadas usando a infraestrutura financeira ocidental, tais vínculos estão sujeitos ao risco de influências externas, como já demonstrou a experiência das
sanções ocidentais contra a Rússia."
Nesse contexto, o especialista acredita que "a prioridade do BRICS deve ser o desenvolvimento de forma independente dos instrumentos de comércio ocidentais".
A agenda de Lula na África do Sul será agitada. Nesta terça-feira (22), o presidente participará do Fórum Empresarial do BRICS. O Brasil conta com uma delegação de 26 empresários dos mais diversos setores, como o bancário, de máquinas e engenharia e agropecuário e representantes da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
O primeiro contato entre os chefes de Estado deverá ocorrer no dia 22 de agosto, em um retiro no subúrbio de Joanesburgo. Posteriormente, os líderes terão encontros com a imprensa e com líderes de países convidados, com destaque para o formato Diálogo BRICS-África, previsto para o dia 24 de agosto.
Em entrevista à mídia sul-africana divulgada neste domingo (20), o presidente brasileiro lamentou a ausência presencial de seu homólogo russo, Vladimir Putin, que participará das negociações de forma virtual. Nas demais atividades da 15ª Cúpula, o chefe de Estado russo será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Apesar dos percalços, as atividades da Cúpula de Chefes de Estado do BRICS
devem ser ainda mais intensas nessa edição, dada a ampla participação de países convidados no evento. A África do Sul, que ocupa a presidência temporária do grupo, estendeu o convite a delegações de cerca de
60 países do Sul Global. A representatividade global desta Cúpula é considerada um prenúncio para a possível adesão de novos países ao grupo.
"O desejo de um número tão grande de países de aderirem ao BRICS – cerca de 23 países já se candidataram para unirem-se ao bloco – mostra a real eficácia e sucesso desta associação, antes de tudo, econômica de países", disse Gromov à Sputnik Brasil.
A Sputnik Brasil está presente na África do Sul para manter seus leitores informados sobre os principais acontecimentos deste encontro histórico, que poderá selar a expansão definitiva do BRICS, em um momento geopolítico que demanda reformas estruturais da governança global.