A expansão do BRICS, composto pela Rússia, China, Brasil, Índia e África do Sul, será colocada na mesa e discutida entre os líderes participantes.
A África do Sul confirmou que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o líder chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, estarão presentes na cúpula.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Joanesburgo nesta segunda-feira (21) para participar da 15ª Cúpula do BRICS.
Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, acompanhará a cúpula de forma virtual, sendo representado pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, durante a reunião.
Aproximadamente 70 líderes do Sul Global, incluindo todos os chefes de Estado africanos, foram convidados para o Fórum Empresarial, sendo que 50 deles já haviam confirmado a presença no evento, incluindo o presidente iraniano Ebrahim Raisi.
Quais assuntos estarão em pauta na cúpula?
Expansão do BRICS
A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, afirmou que, em agosto, 40 países expressaram interesse em ingressar no BRICS, sendo que 20 deles se candidataram formalmente.
Segundo a ministra sul-africana, a Argélia, Argentina, Bangladesh, Cuba, Egito, Irã, Indonésia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos estão entre os países que expressaram interesse em aderir ao bloco.
Todos os atuais membros concordam com a expansão do grupo, desde que os candidatos cumpram os "critérios" e "orientações".
"O BRICS pretende mostrar liderança global ao abordar as preocupações do Sul Global e no avanço da representação dos países em desenvolvimento no processo global de tomada de decisões", afirmou a ministra.
Independência do dólar
Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do BRICS, vai liderar o evento que visa fazer com que os países em desenvolvimento reduzam a sua dependência do dólar americano nas transações bilaterais e internacionais.
O NDB é considerado como potencial rival do Banco Mundial e de outras instituições de crédito lideradas pelo Ocidente.
Todos os cinco países do BRICS passaram a utilizar as moedas locais em suas negociações comerciais em vez do dólar americano, ação que foi acelerada após as sanções ocidentais, lideradas pelos EUA, contra a Rússia.
Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que aproximadamente 80% do comércio bilateral entre Moscou e Pequim passou a ser efetuado nas moedas locais.
Vínculo econômico entre África e Sul Global
O Fórum Empresarial do BRICS está sendo realizada sob o tema "BRICS e África: Parceria para um Crescimento Acelerado Compartilhado, Desenvolvimento Sustentável e Multilateralismo Inclusivo", segundo a presidência sul-africana.
Conforme o anúncio oficial, o principal objetivo do fórum é o "estreitamento" das relações comerciais e vínculos de investimento entre o BRICS e as nações africanas.
O ex-embaixador da Índia na Jordânia, Líbia e Malta, Anil Trigunayat, afirmou à Sputnik que o BRICS reconquistou um certo peso e atratividade entre as nações em desenvolvimento devido às condições "geopolíticas incertas".
"Com a China e a Índia como os principais impulsionadores do crescimento econômico e dos mercados, os países estão curiosos para participar das oportunidades do Sul Global", afirmou.
O ex-embaixador também afirmou que o BRICS pode se tornar um novo G20 se for capaz de superar a competição entre os membros e os desafios globais.