O minstro foi indagado pela Sputnik Brasil sobre como o governo brasileiro – mesmo não tendo escolhido aplicar sanções contra Rússia e China – pretende garantir segurança para o investidor privado, uma vez que o setor teme fazer negócios com esses países por medo de sanções secundárias.
Na visão de Haddad, a diplomacia brasileira faz o seu melhor não só na busca pela paz, ou seja, para colaborar com o fim do conflito, mas também para proteger a economia brasileira neste momento de tensão geopolítica.
Para o chefe da Fazenda, a busca por uma solução também passa pelas sanções, até porque "a questão econômica com a China também inspira esse tipo de cuidado", mas isso não deve ser temido visto que "o Brasil sempre concorre da maneira diplomaticamente mais adequada […] agindo, mesmo em tempos sombrios, a favor do interesse brasileiro e da imagem do Brasil no exterior", respondeu.
"Acredito que o Itamaraty faz um grande trabalho no sentido de minimizar os efeitos dos conflitos externos sobre a economia brasileira e sobre o funcionamento político do Brasil no cenário internacional. […] A condução da diplomacia brasileira tem sido impecável, sempre tentando driblar os constrangimentos", respondeu Haddad à Sputnik Brasil.
O ministro considera que esse movimento do Itamaraty faz com que o país ganhe não só "do ponto de vista econômico", mas também "se posiciona bem como mediador, valorizando a liderança do presidente Lula", complementou.
Apesar da pressão ocidental para que países do Sul Global, principalmente o Brasil, aderissem a sanções contra Moscou – promovendo inclusive encontros para que a retórica em relação ao conflito seja mais alinhada a seus interesses, como a última cúpula da Arábia Saudita – Brasília se mantém neutra em relação à situação, não só no campo político como no econômico, optando por não lançar sanções até o momento.