O governo militar do Níger anunciou na quinta-feira (24) que autorizaria as forças armadas dos vizinhos Burkina Faso e Mali a intervir em seu território "em caso de agressão".
A União Africana anunciou na terça-feira (22) que havia decidido suspender todas as suas atividades no Níger "até a restauração efetiva da ordem constitucional".
Antes disso, o órgão estudou a decisão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de realizar uma possível intervenção militar no Níger, onde a junta militar governa há quase um mês, e avaliou as implicações econômicas, sociais e de segurança de tal medida.
No início da quinta-feira (24), Olivia Rouamba e Abdoulaye Diop, ministros das Relações Exteriores de Burkina Faso e Mali, respectivamente, visitaram Niamey, a capital nigerina, onde foram recebidos pelo general Abdourahamane Tchiani. Juntos, eles celebraram a assinatura de ordens "autorizando as forças de defesa e de segurança de Burkina Faso e Mali a intervir no território do Níger em caso de agressão", de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Níger.
Kassoum Coulibaly, ministro da Defesa de Burkina Faso, declarou na semana passada que seu país está preparado para a agressão dos países do bloco da África Ocidental contra o Níger, e que está pronto para apoiar seu vizinho.
"Estamos aguardando a agressão. Em todo caso, nosso chefe de Estado disse: estamos prontos para a agressão, apoiamos o Níger", contou o ministro em uma entrevista à Sputnik.
Os militares do Níger anunciaram no final de julho a deposição do presidente Mohamed Bazoum. Os líderes da maioria dos países ocidentais e da CEDEAO condenaram o golpe. No início de agosto, os países da organização africana adotaram um plano de contingência para uma intervenção militar no Níger.