De acordo com o Financial Times (FT), a operação militar especial russa na Ucrânia teria ressuscitado a política de ampliação da UE. Bruxelas tornou a Ucrânia, a Moldávia e a Albânia países candidatos e instigou um debate interno sério sobre como o bloco poderia acomodar até oito novos membros.
Segundo a mídia, Michel deve argumentar hoje na Eslovênia que "se quisermos ser credíveis, temos de falar sobre o momento certo". Para o presidente do conselho, é preciso estabelecer um objetivo claro para o qual o bloco deve estar pronto com prazo de até 2030, que é alargar a união.
A ampliação do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com a adesão de novos seis Estados (Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã) desequilibra o jogo de forças habitual em que EUA e UE estão no topo da tomada de decisões de forma desigual e unilateral.
Segundo o FT, Michel deve instar os membros do bloco a considerarem o "alargamento como um dos nossos principais desafios", tanto para a UE como para os seus futuros Estados-membros, Moldávia, Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Bósnia e Herzegovina.
O presidente deve tentar de forma ousada criar o consenso entre os 27 Estados do bloco para fazer com que seus líderes acreditem na possibilidade de expansão.
A chamada "capacidade de absorção", uma frase criada para abranger a multiplicidade de questões – desde orçamentos até ao poder de voto – que envolve a adesão de novos membros, deve ser bastante debatida e negociada nos próximos meses antes da concessão de novas adesões.
Os líderes da UE vão ter o seu primeiro debate dedicado ao tema em Granada, Espanha, no início de outubro.
Ainda de acordo com a mídia, em privado, há muitos Estados-membros que questionam como a UE pode acomodar a Ucrânia, um país candidato tão pobre, se não for pela vontade política de favorecer Kiev.