O caso das joias da Presidência de Jair Bolsonaro parece ter ganhado novos contornos após novo depoimento de dez horas do tenente coronel Mauro Cid à PF. Dessa vez, as investigações vão usar uma nova estratégia e testar as falas de Cid questionando ao mesmo tempo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Segundo a apuração, vão prestar depoimento simultaneamente:
O ex-presidente, Jair Bolsonaro;
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro;
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro CidB;
O pai de Cid, general da reserva, Mauro Lourena Cid;
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef;
O ex-chefe da Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten;
O assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara;
O assessor de Bolsonaro, Osmar Crivelatti.
De acordo com o G1, os investigadores afirmaram que as novas declarações de Cid, mantidas sobre altíssimo sigilo, têm potencial de virar delação premiada se obtiver resultados promissores.
Nesta quinta-feira, a estratégia da investigação é avançar nas informações que Cid deu à PF ou mesmo pegar os depoentes em contradição, razão pela qual o conteúdo de seu depoimento tem sido mantido em sigilo, para que os depoentes não tenham a oportunidade de combinar suas versões em detalhes.
Na sexta-feira (11), a PF deflagrou a operação Lucas 12:2, sobre a suposta tentativa, capitaneada por militares ligados ao então presidente Jair Bolsonaro, como o advogado Frederick Wassef, que já defendeu a família Bolsonaro, e o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid, de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras no exterior.
O cerco tem se fechado no entorno do ex-presidente. No dia 17 de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para verificar se as movimentações corroboram com as investigações.