"O BRICS pode criar alternativas viáveis ao dólar. Neste sentido, o dólar será destronado como moeda global excessivamente dominante", disse Sachs. "Isso é inevitável a longo prazo, especialmente tendo em conta a cota-parte decrescente do PIB dos EUA e do comércio americano nos índices mundiais".
O BRICS acelerará a transição para um sistema multi-moeda, o dólar estadunidense ainda terá o seu papel, mas muito menor entre as outras moedas, acrescentou o economista.
Expansão do BRICS fortalecerá a OPEP+
Sachs observou também que a recém-anunciada expansão do BRICS fortalecerá a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) e dará às nações do grupo mais alavancagem nas negociações no cenário global.
"A expansão do BRICS fortalecerá os membros do BRICS e dará a esses países mais influência nas negociações em fóruns internacionais. Isso também vai fortalecer a OPEP+", disse o interlocutor da agência.
"Os investimentos em minerais serão de grande importância na indústria nas próximas transformações industriais e energéticas. Os países do BRICS desempenharão um papel de liderança na produção e no comércio globais de minerais estratégicos", ressaltou Sachs.
Após a Cúpula do BRICS em Joanesburgo, a África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia, que compõem o bloco, convidaram oficialmente a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã a aderir ao grupo. A entrada plena dos novos países deve começar em 1º de janeiro de 2024.