O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com a ministra dos Esportes, Ana Moser, no final da tarde desta terça-feira (5), no Palácio do Planalto, para informar que ela deverá ser substituída no cargo.
A medida faz parte de uma reforma ministerial traçada pelo governo para acomodar integrantes do PP e do Republicanos, ambos partidos do chamado centrão, no alto escalão do governo.
A expectativa é que Ana Moser seja substituída pelo deputado André Fufuca, que é líder do PP e tem o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Moser é a segunda ministra a deixar o governo Lula. Antes, Daniela Carneiro foi demitida do Ministério do Turismo, sendo substituída por Celso Sabino. A mudança foi uma demanda do União Brasil, partido do sucessor.
A saída de Daniela Carneiro, no entanto, já vinha sendo cogitada por conta do desgaste político causado após virem à tona laços do grupo político da ex-ministra com milicianos. Ao substituir Carneiro, o governo evitou prolongar o desgaste ao mesmo tempo que atendeu à demanda do União Brasil.
Mais cedo, em uma última tentativa de impedir a demissão de Ana Moser, a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiu uma nota à imprensa defendendo a permanência da ministra no cargo.
"O esporte não é moeda de troca. Nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor. A ministra Ana Moser tem o nosso apoio e o da comunidade esportiva para continuar avançando rumo às mudanças necessárias na estrutura da política pública de esporte do país, visando a democratização de seu acesso a todas as brasileiras e brasileiros", dizia a nota.
Ana Moser ascendeu ao cargo de ministra dos Esportes como um dos nomes técnicos escolhidos pelo presidente Lula para compor seu governo. Porém a pressão de partidos do centrão, que compõem a base aliada do presidente e têm grande peso em votações de pautas no Congresso, levou a trocas de comando.
Nos últimos dias, a mídia vem especulando que o próximo a deixar o cargo pode ser o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.