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Acordo Mercosul-UE: embora confiante, Mauro Vieira diz não poder 'garantir que a UE aceitará'

Em entrevista a rádios de todo o país, o ministro classificou a parceria entre os blocos da América Latina e da Europa como estratégica para o Brasil.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (6) estar confiante com as negociações para celebração do acordo entre o Mercosul (grupo composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a União Europeia (UE).
Em entrevista ao programa Bom dia, Ministro da EBC, Mauro Vieira, classificou a parceria como estratégica para o país que tenta negociar a flexibilização de exigências ambientais feitas pela UE.

"O Brasil assumiu a presidência do Mercosul no início de julho, cabe a nós, durante os próximos seis meses até o final de dezembro, liderar todas as negociações com a participação dos outros três membros. Nós já enviamos à União Europeia as posições dos quatro países", afirmou o ministro.

Desde a retomada das tratativas, os países integrantes do Mercosul vêm trabalhando em um documento que já foi enviado ao bloco europeu com seus posicionamentos sobre as exigências apresentadas pela UE. Mauro Vieira lembrou que as restrições têm relação com uma legislação recém-aprovada pelo bloco sobre o combate ao desmatamento.

"Nós, eu não posso dar nenhuma garantia que a União Europeia vá aceitar. Nós vamos negociar [...]. Já mandamos para a União Europeia este documento, já houve anteontem, uma primeira reunião virtual com os negociadores europeus, eles viajarão ao Brasil agora no dia 15 de setembro para a primeira negociação presencial", contou Vieira.

O ministro afirmou ainda que a matéria ambiental, na atual gestão, vem sendo tratada com seriedade e que o governo já mostrou garantias, pelas pautas que vem assumindo, que o tema é de total importância para o Brasil.

"Estamos confiantes sobre as negociações", disse Vieira. "Tanto a UE como o Mercosul expressaram o quão estratégico é este acordo", completou.

Durante a entrevista, o chanceler também comemorou o resultado da Cúpula do BRICS, realizada na África do Sul no mês passado. No encontro, os países concordaram com a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU e de estudar uma maneira de utilizar outras moedas além do dólar para o comércio entre os membros do grupo.
Ainda segundo o ministro, o Brasil hoje está focado em dialogar com todos os países e ganhar protagonismo nas relações exteriores.
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